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Manuscritos Ernesto do Canto

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Manuscritos Ernesto do Canto

Detalhes do registo

Informação não tratada arquivisticamente.

Nível de descrição

Fundo   Fundo

Código de referência

PT/BPARPD/PSS/MEC

Tipo de título

Atribuído

Título

Manuscritos Ernesto do Canto

Entidade detentora

Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada

Produtor

[null]

História administrativa/biográfica/familiar

Nasce nos Prestes, São Roque, no dia 12 de dezembro de 1831, filho do morgado José Caetano Dias do Canto e Medeiros e de sua 2ª mulher, D. Francisca Vicência Botelho. Falece na mesma casa no dia 21 de Agosto de 1900.Após efetuar os primeiros estudos em Ponta Delgada, parte para Lisboa, em outubro de 1850, para frequentar a Escola Académica de António Florêncio dos Santos. Em 1851 matricula-se na Universidade de Coimbra, formando-se em Filosofia no ano de 1856.Conseguida a necessária dispensa papal, casa, no dia 5 de Maio de 1859, com a sobrinha, D. Margarida Leite do Canto, filha do seu irmão consaguíneo, André do Canto, falecido em 1848, e, como tal, administradora e herdeira dos vínculos da Casa Dias do Canto e Medeiros.O seu apêgo à terra natal fica bem patente nos inúmeros cargos públicos que exerce, bem demonstrativo do seu altruísmo, pois ao invés de se dedicar exclusivamente à administração dos bens de família e ao estudo da história açoriana, participa activamente na vida política e social, prestando relevantes serviços na Junta Administrativa das Obras do Porto Artificial, na Câmara Municipal, na Junta Geral, no Conselho do Distrito, na Junta Autonómica, na Santa Casa da Misericórdia e em outras “comissões de filantropia, beneficência e instrução pública” .A divisa do seu ex-libris – VERBA VOLANT, SCRIPTA MANENT - em tradução livre “as palavra voam, a escrita permanece”, espelha bem o seu percurso de vida no campo científico, traduzido na publicação do "Arquivo dos Açores". Sem pretender reduzir a sua obra a este título, ele é, sem dúvida alguma, com a "Bibliotheca açoriana", uma referência incontornável para os investigadores de temática açoriana. Apesar do pouco entusiasmo com que foi recebido o primeiro fascículo do Arquivo dos Açores, muito por culpa das suas características, publica 12 volumes, entre 1878 e 1892, com a colaboração, entre outros, de Francisco Maria Supico, João Teixeira Soares de Sousa, Teófilo de Braga e Jacinto Inácio de Brito Rebelo. O investimento é avultado - instala uma tipografia e custeia as despesas com as cópias efetuadas em alguns arquivos e bibliotecas do país, com especial incidência no Arquivo Nacional Torre do Tombo.O facto de o seu nome raramente aparecer ao longo dos 12 primeiros volumes do Arquivo dos Açores e a sua autobiografia, redigida em 1897, a pedido do sobrinho, Eugénio Vaz Pacheco de Castro, comprovam a sua “excessiva modéstia, modéstia que lhe foi timbre em toda a vida, e que [...] em muito lhe realçava os méritos”.

História custodial e arquivística

Entregue à Biblioteca Pública de Ponta Delgada em out. 1901 (ALFPDL) e em 1902 (restante acervo), pela viúva e inventariante, D. Margarida Leite do Canto

Fonte imediata de aquisição ou transferência

Legado (verba n.º 12 do testamento: “Deixo à Biblioteca Pública de Ponta Delgada os meus livros, comprehendendo impressos e manuscriptos, os livros que comprei em leilão, pertencentes à Alfândega de Ponta Delgada, as colecções de jornaes açorianos, os meus cadernos d’extractos, os volumes de genealogias do Doutor Gaspar Fructuoso, do Padre Manoel Luiz Maldonado, et coetera, e bem assim muitos cadernos de extractos dos registo parochiaes, de baptisados, casamentos e óbitos de muitas freguesias d’esta ilha de San Miguel, que meus testamenteiros reclamarão ao Doutor Carlos Maria Gomes Machado, se elle ainda os tiver em seu poder”)

Âmbito e conteúdo

No inventário dos livros legados por Ernesto do Canto é criada uma secção de Manuscritos que compreende um conjunto de documentos da mais variada proveniência, relacionados sobretudo com a história açoriana, que acabam por confluir nas mãos de uma só pessoa que funciona, em última instância, como a entidade que salvaguarda a memória colectiva, fruto da sua paixão pela história açoriana e da sua actividade como editor/proprietário do Arquivo dos Açores.Deste conjunto são retirados, já na Biblioteca Pública, possivelmente por Alexandre de Sousa Alvim, impressos, o que comprova o objectivo de seguir à letra o princípio que presidiu à criação desta secção, ultrapassando, neste caso, o própria vontade do "produtor / coletor", que tinha deixado alguns impressos nesta secção (veja os nº.s. 21, 37, 41, 76, 83, 144, 146, 148, 164) e até agrupado numa unidade arquivísitica, impressos, intitulada "Vária 3º. Papéis de várias procedências pela maior parte impressos, circulares, ofícios, cartas, etc." (nº. 22A).Por alegadamente lhe faltar um carácter orgânico, podemos ser tentados a designar esta parte do acervo por coleção EC. No entanto, uma parte significativa destes documentos está intimamente relacionada com a atividade e com os interesses de EC. Outros, como por exemplo, "Foral manuelino de Figueiró dos Vinhos" (n.º 59), "Manuscritos de José Liberato Freire de Carvalho" (n.º 67), "Apontamentos sobre artilharia" (n.º 79), "Apontamentos sobre lógica" (n.º 151) ou a "História da vida de Jesus" (n.º 192) só aqui se enquadram por serem manuscritos, e o seu carácter orgânico assemelha-se a de uma qualquer mongrafia impressa, adquirida por ou oferecida a EC.Este conjunto agrega também arquivos de terceiros (pessoas singulares ou coletivas, públicas ou privadas), alguns documentos do seu arquivo de família (Dias do Canto e Medeiros) e documentos pessoais do Pai, o morgado José Caetano Dias do Canto e Medeiros, figura de relevo na vida pública micaelense da 1ª metade do século XIX.Assim, optámos por manter a designação original ["Manuscritos Ernesto do Canto"], atribuída pelo próprio no seu testamento e assim designados no inventário que serve de base à transferência do legado para esta Biblioteca Pública. Em circunstância alguma é referida a palavra arquivo/arquivos. Recordo que o "Manual dos Holandeses", editado em 1898, não considerava como arquivos o que hoje designamos por arquivos pessoais e de famílias. E, efetivamente, o traço comum que une esta secção é o facto de serem quase todos manuscritos, produzidos, recolhidos, comprados por ou oferecidos a Ernesto do Canto.Fazem parte deste acervo os arquivos das famílias Canto e Castro (Provedores das Armadas), Borges Bicudo, Costa Chaves e Melo, Leite Botelho de Teive, dos irmãos Carvalho (Dâmaso José, António Francisco e Francisco Caetano) e o arquivo pessoal do Bispo de Angra D. Frei Estevão de Jesus Maria da Costa e do seu secretário, herdeiro e testamenteiro, o Dr. António José Ferreira de Sousa, e copiadores de correspondência de Thomas Hickling e do General Henrique da Fonseca de Sousa Prego (Capitão-General nomeado por D. Miguel).No que concerne a pessoas coletivas há documentação da Provedoria dos Resíduos (dois tombos de testamentos), da Corregedoria da Comarca de Ponta Delgada, de diferentes entidades religiosas (Convento de São Francisco em Ponta Delgada, Recoleta da caloura, Convento de São João em Ponta Delgada, Ermitas do Vale das Furnas, Convento de Jesus da Ribeira Grande, Convento de Nossa Senhora da Glória na Horta e a Misericórida de Angra do Heroísmo) e o arquivo da Alfândega de Ponta Delgada, comprado em hasta pública em 1889.Há ainda documentação relacionada com o pai, o morgado José Caetano Dias do Canto e Medeiros, figura de relevo na sociedade micaelense que desempenhou diversos cargos públicos na 1ª metade do século XIX, um conjunto de manuscritos adquiridos em leilão ou oferecidos (alguns relacionados com o liberalismo e a guerra civil), genealogias do autor e de Carlos Machado (trabalhavam em conjunto), bem como de terceiros, para além de um conjunto de documentos, originais ou cópias, reunidos para efeitos de informação e de publicação no Arquivo dos Açores.

Sistema de organização

A maior parte desta documentação foi organizada pelo próprio, que encadernou em livros, geralmente pela ordem cronológica a que os documentos se reportam, com índices.Em alguns casos criou uma espécie de "séries":- "Extratos do registo paroquial micaelense" (17 vols.)- "Extratos de documentos micaelenses" (10 vols.)- "Vária" (5 vols.)- "Testamentos" (7 vols.)- "Documentos antigos" (3 vols.)- "Miscelânea de história micaelense" (2 vols)- "Miscelânea manuscrita" (2 vols.)

Instrumentos de pesquisa

1- Inventário dos livros, jornaes, manuscriptos e mappas do Dr. Ernesto do Canto legados à Bibliotheca Publica de Ponta Delgada (Ilha de São Miguel) e entregues por sua viúva D. Margarida Leite do Canto2- Relação dos livros de escrituração da Alfândega de Ponta Delgada entregues ao bibliotecário da Biblioteca Pública de Ponta Delgada pelo cabeça do casal do falecido Dr. Ernesto do Canto (manuscrito) [relação essa datada de 30 de Outubro de 1901 e assinada pelo Dr. Eugénio do Canto e por Alexandre de Sousa Alvim , então Director da Biblioteca Pública]3- Lista sumária dos livros das Alfândegas (dactiloscrito, Silvestre de Medeiros, 1977/8)4- Catálogo dos manuscritos de Ernesto do Canto (dactiloscrito, sem menção de autoria, [197?]; creio ter sido elaborado pelos alunos do Prof. Doutor Teodro de Matos, sob a sua orientação)5- Listagem dos manuscritos da coleção Ernesto do Canto (dactiloscrito, Jorge Paulus Bruno, 1978)

Existência e localização de cópias

Cópias digitais disponíveis na intranet: n.º 70, 121A, 122, 123, 126, 127, 130, 131, 132, 134, 134A

Notas

Dep. 1, col. 80/5 - 90/5 (Alfândega); Dep. 2, col. 353/3 - 355/5 (manuscritos)As ua n.º 68 e 167 não constam dos instrumentos de pesquisa n.ºs. 4 e 5 (algum erro de numeração?); no 5, não existe o n.º 125 e no 6, não existe o n.º 129, cujo título (Genealogias da ilha do Faial, 1 vol.) é comum em ambosA u.a. n.º 187, identificada com o título "Diversos autógrafos, fac-similes, 1874-1895", é elencada nessas duas listagens mas já no ano 2000 não se encontrava junto aos restantes ms.

Data de publicação

21/04/2020 15:55:11