Natália Correia

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Natália Correia

Detalhes do registo

Nível de descrição

Fundo   Fundo

Código de referência

PT/BPARPD/PSS/NC

Tipo de título

Atribuído

Título

Natália Correia

Datas de produção

1875-01-01  a  1997-10-29 

Dimensão e suporte

23.234 doc., 1728 provas fotográficas (1079 provas a preto e branco e 649 provas a cor), 120 slides

Extensões

0 Álbum

Entidade detentora

Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada

História administrativa/biográfica/familiar

Natália de Oliveira Correia nasce na Fajã de Baixo, no dia 13 de set. de 1923, vindo a falecer a 16 de março de 1993, em Lisboa. Em 1934 muda-se para Lisboa com a mãe e a irmã, onde não se adapta ao ensino oficial, é expulsa do liceu Filipa de Lencastre e mais tarde da Escola Machado de Castro, optando por formar-se por conta própria com a ajuda da mãe e de intelectuais que frequentavam a sua casa. Entre estes destaca-se, numa primeira fase, Manuel Cardoso Marta, célebre bibliógrafo, e mais tarde António Sérgio, Almada Negreiro e Vitorino Nemésio que a escritora entende terem sido os seus verdadeiros mestres. Natália Correia desempenha várias atividades ao longo da sua vida. Aos 22 anos de idade começa a trabalhar no jornal “Portugal, Madeira e Açores” onde, a 7 de abr. de 1947, publica o seu primeiro poema “Á partida de S. Miguel”. É o início de uma colaboração duradoura com a imprensa nacional, tendo passado pela redação de vários jornais e pela televisão, onde apresenta as séries “Neste lugar onde” (1980) e “Mátria” (1986). É também desde cedo uma forte opositora da ditadura, contra a qual se insurge. Em 1945 esta nas listas da criação do Movimento da Unidade Democrática (MUD), apoia a candidatura do General Norton de Matos, em 1949, e mais tarde, em 1958, a do general Humberto Delgado. Integra ainda a Comissão Eleitoral da Unidade Democrática (CEUD), formação eleitoral oposicionista que disputa as eleições legislativas de 1969.Posteriormente ao 25 de abril Natália Correia veio a exercer vários cargos políticos, primeiro como consultora para os Assuntos Culturais Internos da Secretaria de Estado da Cultura, em 1976 e, três anos mais tarde, pela mão de Francisco Sá Carneiro, é eleita deputada à Assembleia da República. Em 1982 desvincula-se do Partido Social Democrata e passa a deputada independente, estatuto que volta a ocupar em 1987, integrada nas listas do Partido Renovador Democrático (PRD). A proximidade a Mário Soares e a António Ramalho Eanes leva-a a participar em vários eventos políticos, como na comitiva presidencial à Áustria, em 1980, na delegação portuguesa à União Soviética, em 1985, ou na Presidência Aberta de Mário Soares aos Açores, em 1989. Participa em várias causas, como o debate sobre o aborto, na proposta de criação de uma comissão para igualdade e participação das mulheres, no debate sobre o acordo ortográfico, no apoio à candidatura de Maria de Lurdes Pintassilgo ou como representante de Portugal nas negociações com o governo de Bagdad para libertação de reféns.Apesar da intensa atividade na política e no jornalismo a única carreira que considera ter tido é a de escritora, transmitindo pela escrita as experiências que vivencia. As amorosas que a ligam a alguns dos homens da sua vida. Embora tendo sido casada quatro vezes, sobre os seus dois primeiros maridos, Álvaro dos Santos Dias Pereira, e o americano William Creighton Hylon, não existem quase referências na sua obra, o mesmo não acontecendo em relação a Alfredo Lages Machado, seu companheiro ao longo de quarenta anos, ou a Dórdio Guimarães, seu último marido, a quem dedica poemas tal como ao primo José António Correia. Na sua obra são também frequentes referências a amigos e sobretudo à sua vida, tanto ao seu percurso pessoal como ao seu pensamento político, através de uma crítica social acutilante. Nos seus escritos poéticos mais recentes, publicados a partir de finais da década de setenta, o tema do amor torna-se recorrente. Amor à ilha onde nasceu e a quem afirma pertencer, mas também à liberdade, ao espírito e à escrita.A obra de Natália composta por prefácios, ensaios, crónicas, traduções, debates, peças de teatro, e até por pintura, mas sobretudo por poesia revela a autobiografia de uma mulher singular que soube estar em pleno na vida.

História custodial e arquivística

Datado de 14 de janeiro de 1997, o testamento de Dórdio Leal Guimarães, herdeiro universal de Natália Correia, nomeia o Governo Regional dos Açores como principal beneficiário dos seus bens. É a este que lega o recheio da casa, incluindo mobiliário, esculturas, pinacoteca, biblioteca, acervo da exposição “Homenagem Natália Correia” e os manuscritos das obras publicadas. Relativamente aos inéditos são destinados à Biblioteca Nacional de Portugal, primeira instituição que acolhe o arquivo da escritora.Após a morte de Dórdio Guimarães uma equipa coordenada pela arquiteta Helena Roseta, primeira testamenteira, procedeu ao inventário, ainda em casa do casal, de todos os bens. Em relação ao arquivo conta com a colaboração da Biblioteca Nacional de Portugal para proceder a uma organização preliminar segundo o plano de classificação do Arquivo da Cultura Portuguesa Contemporânea, onde deu depois entrada. Aqui procedeu-se ao início do tratamento e descrição do legado de Natália Correia em 1999. O trabalho veio, no entanto, a ser interrompido ao fim de oito anos, em 2007, sem que estivesse concluído. Só em 2012, após a sua transferência para a Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada, realizada em 2010, é retomada a descrição do fundo Natália Correia a qual é concluída em 2015.Na Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada a tarefa a realizar esteve largamente condicionada pelo esquema organizativo do Arquivo da Cultura Portuguesa Contemporânea.

Fonte imediata de aquisição ou transferência

Documentação doada por testamento de Dórdio Leal de Guimarães, datado de 14 de janeiro de 1997, ao Governo Regional dos Açores, no caso dos manuscritos de textos publicados, e à Biblioteca Nacional de Portugal no caso dos inéditos. O arquivo deu entrada na Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada em dezembro de 2010 vindo da Biblioteca Nacional de Portugal, onde se encontrava em depósito desde 1999.

Âmbito e conteúdo

O arquivo inclui documentos que testemunham a trajectória pessoal e profissional de Natália Correia como uma vasta correspondência com intelectuais, amigos e familiares, originais das obras da escritora e manuscritos de terceiros, enviados a Natália Correia para redigir prefácios ou para os comentar. Inclui também documentos de natureza pessoal, como certidões, diplomas, documentos médicos e bancários, escrituras, agendas e cadernos de notas, além de um vasto conjunto de provas fotográficas e de recortes de imprensa de artigos publicados por Natália Correia, ou que a ela se referem, em jornais e revistas. Encontra-se também documentos pertencentes a familiares e amigos da escritora, como manuscritos e correspondência, por vezes bastante antiga.

Sistema de organização

Os documentos do fundo Natália Correia não se encontravam, à morte da sua titular, organizados. A organização do fundo obedece a critérios estabelecidos pelo Arquivo da Cultura Portuguesa Contemporânea em seis séries, essencialmente tipológicas. A grande divisão estabelece-se entre Documentos de Autor e Documentos de Terceiros, correspondendo três séries a cada uma das divisões. A primeira série considerada é a de "Manuscritos de Autor", classificando-se várias sub-séries, segundo o género literário de "Prosa", "Poesia", "Teatro", "Música", "Desenhos", "Adaptações", "Traduções" e "Edições". Segue-se a série "Correspondência" dividida em "Cartas do Autor" e "Cartas ao Autor". Por fim o último grande grupo sobre o autor considerado são os "Documentos Anexos" organizado nas sub-séries "Documentos biográficos", "Recortes de Imprensa" e "Iconografia". As mesmas séries e subséries são igualmente utilizadas para documentos de Terceiros.

Condições de acesso

Reserva de consulta. Durante o período de depósito na BNP esteve condicionado a investigadores previamente autorizados à consulta pela Direcção Regional da Cultura do Governo da Região Autónoma dos Açores e da Direcção da BNP.

Condições de reprodução

Reserva de reprodução. Durante o período de depósito na BNP a reprodução foi condicionada a autorizações da Direcção Regional da Cultura do Governo da Região Autónoma dos Açores e da Direcção da BNP.

Idioma e escrita

Francês, Inglês, Alemão, Sueco.

Instrumentos de pesquisa

Fototeca Natália Correia. Fichas de inserção de espécie, 5 vol.

Unidades de descrição relacionadas

O arquivo Dórdio Guimarães, cujo titular foi amigo e colaborador de Natália Correia, desde a década de sessenta do século XX possui vários documentos, como manuscritos, provas fotográficas, notas e documentos biográficos da autoria ou com referências à escritora.O arquivo Dórdio Guimarães encontra-se também na Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada.

Data de publicação

16/02/2016 15:25:18