Plano de classificação

Arquivo Condes da Ribeira Grande

Ações disponíveis

Ações disponíveis ao leitor

Consultar no telemóvel

Código QR do registo

Partilhar

 

Arquivo Condes da Ribeira Grande

Detalhes do registo

Nível de descrição

Fundo   Fundo

Código de referência

PT/BPARPD/FAM/RG

Tipo de título

Atribuído

Título

Arquivo Condes da Ribeira Grande

Datas de produção

1475-04-25  a  1990 

Dimensão e suporte

13.058 doc., 99 liv., 7 cad., 6 plantas, 6 gravuras.

Extensões

55 Caixas

Entidade detentora

Direcção Regional da Cultura dos Açores

Produtor

Família Condes da Ribeira Grande

História administrativa/biográfica/familiar

A família dos senhores da Câmara surge documentada há 20 gerações. Desde a compra da capitania da ilha de S. Miguel, por Rui Gonçalves da Câmara, a qual veio a ser sancionada por carta da infanta D. Beatriz, em nome do donatário, D. Diogo, seu filho menor (10 de março de 1474).Ao longo das quatro primeiras gerações (Rui Gonçalves, João Rodrigues, Rui Gonçalves e Manuel da Câmara) a presença dos capitães donatários é constante na ilha de S. Miguel, tendo contribuído ativamente para o seu povoamento e desenvolvimento. São, no entanto, também documentados, seja na corte régia portuguesa, seja nas praças africanas.A subida ao trono português do rei castelhano, Filipe II, é marcada, na ilha de S. Miguel, pelo apoio de Rui Gonçalves da Câmara, filho de Manuel da Câmara, ao novo monarca, nomeadamente contra a rebelião da Terceira, apoiante de D. António, Prior do Crato, valendo-lhe a concessão do título de conde de Vila Franca (17 de junho de 1583). Data muito provavelmente de 1601 a sua morte, tendo sido sucedido no cargo de capitão donatário pelo filho, Manuel da Câmara, que recebe a confirmação do título de conde de Vila Franca (25 de outubro de 1601). Se o governo deste se caracteriza pela calma, o mesmo não se verifica com o seu sucessor, Rodrigo da Câmara, cuja vida termina, em 30 de abril de 1662, nos cárceres da Inquisição, após ser julgado, e condenado, por crimes de sodomia, com prisão e confisco de todos os seus bens. Manuel Luís Baltasar da Câmara, seu sucessor, vê-lhe ser restituído os bens e rendas da capitania de S. Miguel e atribuído o título de conde da Ribeira Grande, em substituição do de Vila Franca, por alvará régio (12 setembro de 1662). Pertencendo à mais alta aristocracia portuguesa, os condes da Ribeira Grande vão, gradualmente, tornar-se uma família ausente da capitania que governam, embora permaneçam na posse do título nobiliárquico e de bens patrimoniais. Se ainda Manuel Baltasar Luís da Câmara reside por longos períodos de tempo em S. Miguel, os seus descendentes tornam-se cada vez mais absentistas. Ao longo do século XVII e XVIII ocupam vários cargos na corte régia, no exército e mesmo como embaixador extraordinário na corte do rei Luís XV, no caso de Luís Manuel da Câmara, famoso pela resistência da praça de Campo Maior (1707), durante a Guerra de Sucessão de Espanha, em que participa ativamente. Este morre ainda em vida de seu pai, José da Câmara Teles, pelo que é o seu filho, José da Câmara, que herda as honrarias da casa, alcaidarias, comendas e a capitania de S. Miguel, onde reside por 10 anos, dedicando-se ao desenvolvimento da indústria de lanifícios, que o seu avô havia criado na Ribeira Grande. Á sua morte a sucessão recai na filha Joana Tomásia da Câmara, que casa com o tio, Guido Augusto da Câmara e Ataíde, o 14º e último capitão donatário da ilha de S. Miguel, cargo extinto por decreto de D. José (2 agosto 1766).A sucessão da casa e do título de conde da Ribeira Grande mantém-se posteriormente por linha varonil, sendo sucessivamente representada por Luís António José Maria da Câmara, José Maria António da Câmara, Francisco de Sales da Câmara, o único marquês da Ribeira Grande. Título atribuído em verificação da 2ª vida no marquesado de Ponta Delgada, que herda da tia Leonor da Câmara. Sucede-lhe José Maria Gonçalves Zarco da Câmara, Vicente de Paula Gonçalves Zarco da Câmara, José Maria Gonçalves Zarco da Câmara, José Vicente Gonçalves Zarco da Câmara. José Cabral Gonçalves Zarco da Câmara, 13º conde da Ribeira Grande, é o atual titular.

História custodial e arquivística

A documentação terá permanecido na posse da família dos condes da Ribeira Grande ao longo de várias gerações, tendo sido consultada por alguns interessados, que a citam em trabalhos. Este conjunto documental foi entregue ao leiloeiro Pedro de Azevedo para venda. Estabeleceu-se então um plano de classificação tipológico, que reflete a organização de alguns dos conjuntos, para sua divulgação.

Fonte imediata de aquisição ou transferência

Documentação adquirida por compra ao leiloeiro Pedro de Azevedo em 2017.

Âmbito e conteúdo

O arquivo dos condes da Ribeira Grande contém documentação produzida e recebida por várias gerações da casa. O mais antigo documento, uma carta régia de Afonso V, data de 25 de abril de 1475, e é concedida ao filho do primeiro capitão donatário da ilha (mercê de sucessão, como herdeiro dos bens e da capitania da ilha de S. Miguel), João Rodrigues da Câmara. Apenas duas gerações depois, na quarta, cujo representante é Manuel da Câmara, a linhagem surge de novo representada no arquivo, mantendo-se todas as seguintes gerações documentadas até ao ano de 1990. No entanto, o volume documental de cada um dos representantes da família é bastante dispare. Para as gerações mais recuadas os documentos são escassos e, na maior parte dos casos, remetem para cartas régias e algumas escrituras de transação de propriedade. Inequivocamente é para o século XIX que a documentação se torna mais expressiva, nomeadamente correspondência, em particular de Leonor da Câmara, irmã de José Maria Gonçalves da Câmara, e documentos de contabilidade. Tipologicamente a documentação é constituída maioritariamente por documentos relativos a gestão patrimonial e transação de propriedade, bem como correspondência que a esta se refere. Contudo, está também presente um conjunto expressivo de cartas familiares e de relações sociais, com um conteúdo íntimo, bem como notas manuscritas de teor variado.

Sistema de organização

Manteve-se a ordem física em que a documentação foi recebida, a qual aparenta uma organização prévia, assente num plano de classificação em tipologias.Intelectualmente a documentação está organizada em um plano de classificação de seções para cada geração da família, sendo atribuída a cada uma delas o nome do chefe de linhagem, dessa geração. Sempre que o volume documental o justifica surgem subseções referentes a outros elementos da linhagem da mesma geração, como a consorte / consortes ou irmãos, pelo que as datas limites ultrapassam mormente a data da morte do chefe da casa. Por outro lado, por se ter mantido os conjuntos de origem uma mesma pessoa surge por vezes em duas seções distintas. O caso das viúvas Mariana de Almeida Portugal, 7ª condessa da Ribeira Grande, e de Maria Helena de Castro Lemos, 9ª condessa da Ribeira Grande, com documentação na seção dos respetivos filhos. Analogamente, também nas subséries, sobretudo na série da correspondência, um mesmo remetente pode surgir em conjuntos documentais distintos, de acordo com os conjuntos que fazem parte do fundo. Também no caso das séries foram apenas criadas quando o volume documental o justificava, pelo que existem apenas as séries relativas a “Correspondência” e a “Contabilidade”.Não foram incluídas em nenhuma seção especifica os conjuntos documentais, ou documentos simples, cuja data de produção se desconhece, ou aqueles em que surgem agrupados documentos de gerações distintas. Tanto uns como outros encontram-se diretamente ligados ao fundo.

Características físicas e requisitos técnicos

Uma parte significativa da documentação do arquivo encontra-se fragilizada. Deve ser manuseada com cuidado.

Notas

Descrição multinível ao nível do fundo, secção, série, unidade de instalação, documento composto e documento simples.

Publicador

o.gameiro

Data de publicação

22/02/2024 17:18:30