Cartas do Bispo D. João Maria Pereira de Amaral e Pimentel

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Cartas do Bispo D. João Maria Pereira de Amaral e Pimentel

Detalhes do registo

Nível de descrição

Documento composto   Documento composto

Código de referência

PT/BPARPD/PSS/MEC/0039/00006

Tipo de título

Formal

Título

Cartas do Bispo D. João Maria Pereira de Amaral e Pimentel

Datas de produção

1872  a  1886 

Dimensão e suporte

11 doc.

História administrativa/biográfica/familiar

João Maria Pereira de Amaral e Pimentel (Vila de Oleiros, 21 de Julho de 1815 — Angra, 27 de Janeiro de 1889), 28.º bispo de Angra, que governou a diocese entre 1872 e 1889(?), homem sensível e culto, dedicado às belas artes e à jardinagem, a quem a Diocese de Angra deve ter iniciado a publicação do Boletim Eclesiástico dos Açores, o qual, com mais de 130 anos de publicação ininterrupta, é hoje a mais antiga publicação periódica dos Açores.Obtidas as ordens menores, passou a secretariar o bispo de Bragança, sendo ordenado presbítero em 1850, sendo logo nomeado vigário geral, chantre e vigário capitular daquela diocese.Transferido para a diocese de Leiria, foi em 1854 nomeado deão, vigário geral e provisor da diocese. Neste ano foi agraciado com a comenda da Ordem de Cristo.Em 1865-1866 foi eleito e confirmado bispo de Macau, mas a nomeação não foi aceite pelo governo português, dada que a confirmação pontifícia restringia a sua jurisdição única e exclusivamente à cidade de Macau, contrariando as pretensões de jurisdição que Portugal mantinha sobre o governo espiritual dos católicos chineses.Esta recusa levou a que regressar ao seminário de Cernache do Bonjardim, nas funções de orientador do Colégio das Missões, a cujas actividades deixou ligado o seu nome.Em Junho de 1871, o governo português apresentou-o à Santa Sé para bispo de Angra, sendo confirmado em consistório realizado em 22 de Dezembro de 1871 e nomeado pelo papa Pio IX.O novo bispo de Angra nomeou seu procurador o Dr. Ferreira de Sousa que, em seu nome, tomou posse do bispado. Deu entrada na Diocese a 21 de Agosto de 1872, sendo recebido com as honras habituais, que incluíram Te Deum na catedral, onde deu anel a beijar ao clero, autoridades e pessoas de representação, seguindo-se, durante três noites, concerto pela Banda Militar dos Açores no salão de entrada do Paço Episcopal.Governou com senso, fazendo numerosas visitas pastorais, publicando um acervo doutrinário cobrindo os temas e preocupações da época, com destaque para a Bula da Santa Cruzada, os tempos quaresmais, os excessos de emigração, e a posição do sacerdócio católico, com as suas prerrogativas e obrigações.Entre a sua actividade normativa, destaca-se a regulamentação da jurisdição dos párocos, coadjutores e capelães e das oferendas às igrejas ou imagens, cruzes, altares e capelas.Por provisão de 7 de Outubro de 1873 transferiu a paróquia das Furnas, até então pertencente à jurisdição da Ribeira Grande, para a ouvidoria de Vila Franca do Campo. Na ilha de São Jorge, por provisão de 4 de Junho de 1878, na sequência da extinção do concelho do Topo, extinguiu a respectiva ouvidoria, integrando a paróquia da Vila do Topo e o curato de Santo Antão na ouvidoria da Calheta.Por sua iniciativa realizou-se a 30 de Abril de 1876 a primeira festividade de Pontifical em honra do beato João Baptista Machado, mártir terceirense da missionação do Japão. A cerimónia realizou-se na igreja do Colégio dos Jesuítas de Angra, sendo nesse dia benzida uma imagem por ele oferecida, proclamando aquele beato patrono da cidade de Angra do Heroísmo, da ilha Terceira e da diocese de Angra.Quando o papa Leão XIII publicou a encíclica Humanum genus, condenando a Maçonaria, mandou-a divulgar e comentou-a sem que ela tivesse o beneplácito régio em Portugal. Tal atitude corajosa, que foi acompanhada por poucos prelados portugueses, foi oficialmente censurada pelo Secretário de Estado da Justiça e Cultos, Lopo Vaz de Sampaio e Melo.Por aquela razão, uma comissão, presidida pelo Dr. Diogo de Barcelos, ofereceu ao bispo uma cruz sobreposta de outra cravejada de vinte e três brilhantes com oito cabeças de anjos nas extremidades, dando assim execução a uma sugestão publicada por um periódico de Braga que sugeriu a cotização dos católicos para que a cada um dos prelados que publicaram a encíclica fosse oferecida uma cruz peitoral.Com espírito disciplinador, recordou a existência das antigas Missas Pro-Infantado e repreendeu o Cabido pelas faltas que os seus membros davam na Sé, proibindo ao clero a aceitação, sem sua licença, de empregos seculares, nomeadamente na docência.Este prelado, por alvará de 19 de Junho de 1880, autorizou a demolição e reconstrução da ermida de Nossa Senhora da Saúde, na Praça Velha da cidade de Angra. A nova ermida e a imagem, restaurada, foram benzidas pelo bispo a 9 de Novembro de 1884.Este bispo atravessou uma época difícil, com múltiplas discórdias, a que não eram alheias as facções políticas existentes na ilha e as tensões existentes entre a Igreja Católica Romana e o Estado. Para cúmulo, o relacionamento com o seu coadjutor com direito a sucessão, D. Francisco Maria do Prado Lacerda, o futuro 29.º bispo de Angra, estava longe de ser amistoso, havendo voz pública de graves questões e desentendimentos.https://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_Maria_Pereira_de_Amaral_e_Pimentel (disponível em 15 fev. 2016)

Âmbito e conteúdo

Dirigidas ao pe. Dr. António José Ferreira de Sousa. Inclui uma certidão da sua nomeação como Provisor e Vigário Geral da Diocese (20 dez. 1876).

Cota atual

39.191

Notas

Este Bispo foi o 28º Bispo de Angra, sucessor do frei D. Estevão de Jesus maria

Data de publicação

30/04/2020 11:10:39