Diogo Teixeira Dias
Informação não tratada arquivisticamente.
Nível de descrição
Coleção
Código de referência
PT/BPARJJG/DTD
Tipo de título
Atribuído
Título
Diogo Teixeira Dias
Datas de produção
2024-11-02
a
2024-11-02
Dimensão e suporte
41 ficheiros jpg.
Entidade detentora
Biblioteca Pública e Arquivo Regional João José da Graça - Horta.
Produtor
Dias, Diogo Teixeira.Diogo Teixeira Dias é natural de Coimbra e residente na ilha de São Miguel. É técnico superior de Arqueologia e História, do mapa de pessoal do Município de Vila Franca do Campo. Aluno de Doutoramento em Património Cultural e Museologia, na Universidade de Coimbra, onde se licenciou em Arqueologia e obteve o mestrado em História. Na Universidade de Alicante (Espanha), obteve os graus de Mastér em Património Virtual e de Especialista em Ilustração Histórica e Arqueológica. É também pós-graduado em Arqueologia Subaquática pelo Instituto Politécnico de Tomar e Universidade Autónoma de Lisboa. Foi oficial do Exército, tendo exercido funções de Chefia da Secção de Justiça, no Regimento de Guarnição n.º 1 (Angra do Heroísmo), Subdiretor do Museu Militar dos Açores (Ponta Delgada) e Chefe da Secção de História e Heráldica, na Direção de História e Cultura Militar (Lisboa). Dedica-se, ainda, à virtualização do Património Cultural e à investigação científica das fortificações dos Açores.
História administrativa/biográfica/familiar
#3. Forte de Nossa Senhora da Guia#4. Bateria de Nossa Senhora da GuiaOficialmente denominado como Prédio Militar n.º 004/Horta, também referido como Forte da Guia, Castelo da Greta e Forte da Greta, localiza-se na Estrada do Monte da Guia, na Ponta da Greta, freguesia das Angústias, cidade da Horta.Inscreve-se na Paisagem Protegida do Monte da Guia, com serventia ambiental, pelo Decreto Regional n.º 1/80/A, de 31 de janeiro, e no Parque Natural do Faial, criado pelo Decreto Legislativo Regional n.º 46/2008/A, de 7 de novembro, alterado pelo Decreto Legislativo Regional n.º 7/2019/A, de 27 de março.O forte ainda não constava do projeto da fortificação da Horta enviado pelo capitão espanhol Francisco de La Rua a D. Diogo da Silva, 5.º conde de Portalegre, a pedido de Alonso de Ávila em 1597, atualmente no Archivo General de Simancas, na Espanha. Neste documento apenas se encontram assinalados os baluartes artilhados no vizinho Monte Queimado.Mais tarde, no início do século XVIII, Frei Agostinho de Monte Alverne, ao descrever o assalto de Raleigh à Horta em outubro de 1597, acerca desta defesa refere: "(...) por lhe faltarem os mantimentos, todos os 180 galeões [do conde de Essex] ancoraram nesta ilha, da Feiteira, donde se chama a Laginha, até à ponta da Ribeirinha. Na Laginha da Feiteira botaram gente e os da terra se recolheram ao Monte Queimado, confiados que no Monte se defenderiam. Alguns dias estiveram em ele, até que outro conde, que estava em terra, se deliberou investi-los ao monte e pôr a todos a fogo e sangue, que nele estavam; os da terra, de noite, tiveram aviso e logo fugiram com alguma fazenda; os ingleses, de madrugada, investiram o monte e, como não achassem resistência alguma, temeram muito, cuidando era cilada; como foi manhã, vendo descoberto o campo, subiram e desceram logo em seguimento da gente que marchava para a banda de Castelo-Branco, e vendo que a gente se metia no mato, se retiraram, queimando templos e tudo o mais que havia na ilha." (MONTE ALVERNE, 1962, III:179)No contexto da Guerra da Restauração (1640-1668), por Provisão de 30 de abril de 1642, o capitão-general António Saldanha, enviado naquele ano aos Açores por João IV de Portugal (1640-1656), restabeleceu o imposto de 2% sobre as mercadorias exportadas para fazer face às necessidades de armamento e, em particular, para conservação e reparação das fortificações da ilha. A construção do forte poderá ter sido a referida pelo capitão-mor do Faial e governador da ilha do Pico, Jorge Goulart Pimentel: "No anno de 1666 fêz uma fortaleza fechada com duas casas de recolhimento com duas peças d’artilheria cavalgadas com bombardeiras para outras mais, e por falta de dinheiro para seus gastos fez empréstimo de 78$416 rs.; consta da certidão de f…; e por no dito anno não haver dinheiro para os petrechos necessários, de que muito se necessitava, fez empréstimo de 280$940 rs.; consta da certidão ditas f..." ("Allegação de Serviços", p. 368)No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1701-1714) encontra-se referido pelo brigadeiro António do Couto de Castelo Branco na relação Fortificações nos Açores existentes em 1710 como O Forte de N. Senhora da Guia na ponta da Greta. (In Arquivo dos Açores, vol. IV, 1882, p. 179)O capitão de infantaria com exercício de engenheiro, Francisco Xavier Machado, em 1769 registou que este forte estava artilhado com 9 peças (2 de bronze), necessitava de uma guarnição constituída por uma companhia de milícias e 10 artilheiros de Ordenanças, e de mais 75 quintais de pólvora e 1600 balas de artilharia. Carecia reforma das plataformas, com um custo estimado de 80$000 reis (MACHADO, 1998).Encontra-se figurado na Planta da Baya, ou Porto da Vila de Orta na Ilha do Faial, do capitão engenheiro Francisco Xavier Machado (ca. 1769), como F. Forte de N.ª Sr.ª da Gia. Esse oficial deixou-nos ainda uma planta do mesmo, onde se observam 11 canhoneiras e as dependências do Corpo da Guarda.Dele existe alçado e planta: Forte de N. Snr.ª da Guia no Monte da Greta: [Horta, Ilha do Faial] / Jozé Rodrigo de Almd.ª, Sarg.to Mor do Real Corpo d'Engen.s a tirou no Faial, em 1804 (GEAEM 130-3-44-4)É assim referido por um viajante em 1814: "Os fortes, no sopé da ponta da Espalamaca e Monte da Guia, enfrentam-se um ao outro e em cada extremidade da vila ficam outros dois fortes denominados o Castelo, a Sul e o Castelo Novo, a Norte." (BARRETT, 2017:242)SOUSA (1995), em 1822, ao descrever o porto da Horta refere: "(...) e [a ponta] da Guia a sudoeste, com boa fortaleza; (...)." (Op. cit., p. 116).Mais tarde, no contexto da Guerra Civil Portuguesa (1824-1834), dispomos da referência do capitão Boid às fortificações da Horta: "It is defended by three forts, one at each end, the other in the centre, which is the largest, called Santa Cruz, from whence a wall and parapet extend along the sea, as far as the western battery [o Forte da Guia]." (Edward Boid (1835). A Description of the Azores, Or Western Islands. London, Edward Churton. p. 262).A preocupação com a ancoragem de embarcações com doenças infecciosas a bordo (cólera, febre amarela e peste bubónica) nos portos do reino data da década de 1840, quando foram expedidos os primeiros regulamentos para evitar os contágios. Na Horta, em cuja baía ancoravam embarcações em trânsito oriundas dos portos do Brasil, da Grã-Bretanha e outros, manifesta-se a mesma preocupação. O Governador Civil do Distrito indicará o Castelo da Greta como "lugar aprazível" para a instalação de um lazareto (Ofício de 4 de outubro de 1849), com o que a Câmara Municipal concordou (BPARJJG, Câmara Municipal da Horta, Liv. 16, fl. 63 (Tombo da Câmara da Horta), e que ali viria a ser instalado provisoriamente em 1853 ("Registo da criação de um lazareto provisório na ilha do Faial, destinado ao cumprimento das quarentenas", 8 de junho de 1853).Buscava-se uma solução permanente, como se depreende das consultas da Junta Geral e dos relatórios dos governadores civis, que solicitavam ao Reino, com insistência, que se criasse um “Lazareto neste porto”, considerado um “serviço de monta ao povo destas Ilhas” (Consultas das Juntas Gerais dos Distritos Administrativos do Reino e Ilhas Adjacentes. Lisboa, Imprensa Nacional, 1854, p. 1; Apêndice – Capítulo I, Documento n.º 3. Apud LOBÃO, 2013, I:47).Acerca deste nosocómio, LIMA referiu: "Mas só provisòriamente, por duas ou três vezes, é que aquêle forte serviu para isolar casos de varíola." (LIMA, 2005:176)A Relação do marechal de campo Francisco de Paula Bastos, 1.º barão de Bastos, comandante da 10.ª Divisão Militar (Açores), em 1862 informa que "As muralhas e parapeitos tem algumas ruinas" e observa, com relação às estruturas da ilha: "Devem ser conservados, por que defendem o porto da cidade da Horta, dando-lhe a conveniente importancia, mas seria util fazer-lhes as reparações de que carecem, e artilha-los convenientemente; pois quazi toda a artilharia e reparos se achão incapazes de serviço." (Op. cit., p. 274)A memória de PEGO (1883) referente a este forte não foi localizada (Tombos dos Fortes da Ilha do Faial, RIHGB, vol. LVI, 1998).Em 1914 foi cedido provisoriamente ao Ministério do Fomento para depósito de explosivos das obras do porto da Horta ("Relação de todos os edifícios e terrenos na posse do Ministério da Guerra na área da Inspecção que por não serem necessários para o serviço do mesmo podem ser alienados elaborada pelo inspetor das obras militares dos Açores, major engenheiro Virgínio Júlio de Sousa, em 20 de novembro de 1914", Arq. MMA. apud MARTINS, 2023:298)No contexto da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), em maio de 1918, a Bataria de Artilharia de Guarnição do Faial, que se encontrava aquartelada no Forte de Nossa Senhora da Guia, recebeu um canhão Krupp de 150 mm, oriundo de São Miguel, que havia pertencido ao Campo Entrincheirado de Lisboa.Em meados do século XX, para a abertura da estrada do Monte da Guia, foram demolidas as instalações internas do forte e parte das suas muralhas (MARTINS, 2023:298). No final da década de 1950, no seu terrapleno foram erguidas duas plataformas elevadas destinadas à instalação de radares de vigilância marítima, equipamentos que nunca chegaram a ser montados (Idem).O Castelo da Greta encontra-se classificado como Imóvel de Interesse Público pelo Decreto Regulamentar Regional n.º 13/84/A, de 31 de março, e pelo Decreto Legislativo Regional n.º 29/2004/A, de 24 de agosto, alterado pelo Decreto Legislativo Regional n.º 43/2008/A, de 8 de outubro, e o Anexo V do Decreto Legislativo Regional n.º 3/2015/A, de 4 de fevereiro.Em ruínas, foi disponibilizado na totalidade e com alienação autorizada pela alínea r) do art.º 1.º do Decreto-Lei n.º 62/93 de 5 de março.Em 2002, juntamente com a Bateria de Costa da Espalamaca, integrou a lista de património do Estado colocado à venda, ao abrigo da política de captação de receitas da então Ministra das Finanças, Manuela Ferreira Leite. Contra este fato, o então Ministro da República para os Açores, Alberto Sampaio da Nóvoa, declarou à imprensa a intenção de diligenciar junto aos Ministérios da Defesa e das Finanças para que estas antigas instalações militares não chegassem a ir a hasta pública. O Forte da Espalamaca tinha como base mínima de licitação, à época, 110 mil euros e ia a hasta pública no dia 22 de outubro, enquanto o da Forte da Guia tinha como base 25 mil euros e deveria ir à praça no dia 17 do mesmo mês e ano. Para Nóvoa, as duas fortificações encontravam-se em muito bom estado de conservação, possuíam valor patrimonial e deveriam ser alvo de uma negociação entre o Estado, o Governo Regional e a Câmara Municipal da Horta, para que se lhes desse um destino adequado. Ainda no seu entendimento, o Forte da Espalamaca deveria tornar-se uma extensão do Museu Militar e teria sido essa a intenção manifestada pelo anterior Ministro da Defesa de António Guterres, Júlio Castro Caldas, quando se deslocou ao Faial em 2000. O Forte da Guia foi disponibilizado para rentabilização no âmbito da Lei Orgânica n.º 3/2008, de 8 de setembro (Lei de Programação das Infra-Estruturas Militares).A Planta da Direcção de Infra-Estruturas do Exército (DIE), datada de novembro de 2009 regista a existência do anfiteatro no terrapleno do forte, que terá sido erguida pela Secretaria Regional do Ambiente e do Mar (SRAM). À guarda e responsabilidade do Regimento de Guarnição n.º 1, em junho de 2011, a SRAM solicitou à DGAIED/MDN a demolição do forte por o mesmo apresentar riscos de desmoronamento e se encontrar em avançado estado de degradação, representando por isso risco para pessoas e bens (Minuta de ofício do Gabinete do CEME para a DGAIED/MDN, s.d. [2013]. Apud MEIRELES, 2019).Em 16 de outubro de 2023, devido ao vento forte que se fez sentir, uma das antigas plataformas elevadas de radar ruiu, encontrando-se a outra em risco.Exemplar de arquitetura militar, marítimo, abaluartado, a meia-encosta na escarpa Leste do Monte da Guia, o forte encontrava-se numa posição dominante sobre a baía da Horta. De acordo com o desenho de ALMEIDA (1804) apresentava planta no formato de um polígono octogonal irregular, em alvenaria de pedra argamassada, onde se rasgavam 12 canhoneiras nos lados voltados para o mar. Na extremidade Leste erguia-se uma edificação com dois compartimentos, por onde se acedia ao terrapleno. Com 1.057 m2, em ruínas, no seu terrapleno abria-se uma cisterna e uma pequena casa abobadada, que servia como paiol ("Tombo do PM4/Horta". In Memorando da Direcção do Serviço de Fortificações e Obras do Exército, 28 jan. 1986. Apud MEIRELES, 2019).Contou com uma bateria exterior como defesa complementar, assinalada na planta de 1804 apenas como muralha. Os seus restos subsistem até hoje. No contexto da Segunda Guerra Mundial, o terrapleno do forte acolheu uma posição de metralhadoras. A Câmara Municipal da Horta requalificou o terrapleno, pelo lado da encosta, como um anfiteatro para a realização de eventos, atualmente ao abandono e em avançado estado de degradação.-------------------------------------------------------------------------#5. Portão do Mar do Porto Pim ou Reduto da Patrulha#6. Canhonheira do Porto Pim ou BombardeiraAs fortificações da Baía do Porto Pim constituem um complexo defensivo localizado na freguesia das Angústias. As suas estruturas, ligadas por um muro de apoio ao longo da baía, outrora destinado à sua interdição, estavam sob a coordenação do Forte da Cruz dos Mortos (hoje sob a invocação de São Sebastião).Estas fortificações inscrevem-se na Paisagem Protegida do Monte da Guia pelo Decreto Regional n.º 1/80/A, de 31 de janeiro.A Bombardeira, o Reduto da Patrulha, o Castelo de São Sebastião, a Torre de Vigia à entrada da baía, e a Muralha fortificada do século XVII encontram-se classificadas como Imóvel de Interesse Público pelo Decreto Regulamentar Regional n.º 13/84/A, de 31 de março, e pelo Decreto Legislativo Regional n.º 29/2004/A, de 24 de agosto, alterado pelo Decreto Legislativo Regional n.º 43/2008/A, de 8 de outubro, e o Anexo V do Decreto Legislativo Regional n.º 3/2015/A, de 4 de fevereiro.A Baía do Porto Pim, por ser mais abrigada, desde cedo foi um ancoradouro alternativo à Baía da Horta, nomeadamente quando os ventos se levantavam de sudoeste. Para além do movimento de mercadorias e de passageiros, nas suas margens existiram armazéns e estaleiros navais, onde as embarcações eram reparadas, ou desmanchadas e as suas madeiras reaproveitadas.No extremo Oeste do complexo situa-se a Guarita ou Torre de Vigia, de planta hexagonal, construída em alvenaria de pedra rebocada, com cobertura piramidal, igualmente de seis lados. Está implantada num rochedo onde se inicia o muro de suporte que se desenvolve em direção à baía.Mais a Leste encontra-se o Castelo de São Sebastião, sobre um esporão rochoso banhado por três lados pelas águas da baía. Apresenta planta com o formato de uma luneta irregular, ocupando uma área de 1.300 m². Possuía função defensiva unicamente marítima, uma vez que podia ser facilmente batido a partir do Monte da Guia, do outro lado da baía, e pelas elevações vizinhas, que lhe eram padrastos.Nos seus muros rasgam-se 11 canhoneiras. A muralha da face voltada a terra, ergue-se a 5 metros de altura; a muralha a Leste a 4,2 metros na preia mar, mesma altura das duas canhoneiras contíguas voltadas a Oeste e a Sul, apropriada ao tiro rasante. As demais canhoneiras, voltadas a Leste e a Sul, erguem-se a 5,6 metros, acedidas por rampas. No seu terrapleno, pelo lado de terra ergue-se uma edificação de planta retangular, de um só pavimento, com cobertura de três águas em telha de meia-cana, onde primitivamente existiam as dependências de serviço: casa de comando e quartel de tropa, paiol de pólvora, casa da palamenta, cozinha e latrinas. Contíguo, no mesmo lado, rasga-se o portão de acesso, rematado em arco abatido.Na confluência da Rua do Pasteleiro com a Travessa do Porto Pim situa-se o Reduto da Patrulha ou Portão de Porto Pim. Apresenta planta em L, de um só piso e cobertura em terraço, acedida por uma escada de três lanços. No terraço rasgam-se as canhoneiras onde a artilharia não tem condições de trabalhar, uma vez que estão posicionadas sobre o último lance e o patim superior da escada. Questionava-se, por esse motivo, a sua funcionalidade, de vez que, para a artilharia chegar à plataforma, seria necessário erguê-la à cabrilha, dada a exiguidade da escada, que não permite o seu trânsito. A estrutura dá acesso a uma rampa de varagem através de uma passagem que atravessa o imóvel. No ângulo das duas fachadas voltadas para o mar existe uma guarita. Encontra-se erguida em alvenaria de pedra rebocada e pintada de branco nas fachadas voltadas para terra e de pedra aparelhada à vista nas fachadas viradas para o mar, nos cunhais e nas molduras dos vãos de uma fachada virada para terra. Nas fachadas voltadas para o mar as juntas são pintadas de branco. Uma inscrição epigráfica no muro lateral da rampa de varagem regista: "? de Junho de 1927".Mais à frente, ao longo da Travessa de Porto Pim e da Rua da Areinha Velha, situa-se a Bombardeira, troço de muralha destinada a peças de artilharia que se encontra bastante degradada. Todo o percurso entre a Guarita e o Reduto da Patrulha é ligado por um muro, que acompanha a estrada, com guarda em alvenaria de pedra e bancos embutidos.A existência de um portão já é referida por FRUTUOSO (1998), ao descrever o Porto Pim em finais do século XVI: "Dando volta pera o Porto Pim, à banda de oeste, se faz uma grande enseada, que se chama Porto Pim, onde antigamente foi ter uma nau da Índia, que se descarregou e carregou, por ser bom porto, o melhor que há nas ilhas, senão com o tempo sudoeste, que o lava todo, porque, então, é muito perigoso e se perdem muitas naus e navios, se estão dentro, só com este vento; mas com todos os mais estão seguros nele, e este é o porto principal da vila de Horta, que está junto dela, da banda de loeste, (...). Neste Porto Pim se começou a fazer um cais, que não houve efeito, onde ainda está muita pedra, afora outra que daí saiu pera São Francisco e outras obras; e agora está todo cercado de muro e fechado com uma porta o dito Porto Pim, que se cercou no tempo das alterações, sendo provedor das fortificações da dita ilha Gomes Pacheco de Lima, que a fez cercar." (Op. cit., Livro VI, cap. 37, p. 118)A muralha do Porto Pim encontra-se figurada no Projeto da fortificação da Horta enviado pelo capitão espanhol Francisco de La Rua a D. Diogo da Silva, 5.º conde de Portalegre, a pedido de Alonso de Ávila em 1597, atualmente no Archivo General de Simancas, na Espanha. Nele observa-se um baluarte de planta quadrangular ao fim de um caminho sobre o areal, onde hoje se encontra o portão.De acordo com a Enciclopédia Açoriana (verbete Forte do Porto Pim) acredita-se tratar-se de uma construção relativamente recente, erguida sobre uma estrutura defensiva mais antiga, como por exemplo o chamado Reduto da Patrulha ou o Reduto da Eira, referidos no contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1701-1714) pelo brigadeiro António do Couto de Castelo Branco na relação Fortificações nos Açores existentes em 1710 (Arquivo dos Açores, vol. IV, 1882, p. 179), de dimensões mais modestas e possivelmente com a função de servir de portão de acesso ao areal. Entretanto, parece mais provável que esteja referido por aquele oficial como O Forte da Vera Cruz do Corpo da Guarda (Idem).Encontra-se identificado como 7. Corpo da Guarda na Planta das forteficaçoens e bahias da Ilha do Fayal / a qual por ordem da Real Junta da Fazenda destas ilhas dos Açores tirou o Sarg.to Mor do Real Corpo d' Engenheiros Jozé Rodrigo d' Almeida em 1804. Dele existe planta: Forte de N.ª Snr.ª da Nazaré; Forte da Ponta da Furada; Forte do Corpo da Guarda de Porto Pim / Tirado por Jozé Rodrigo de Almeida, Sarg.to Mor do Real Corpo d'Engenheiros, em 1805 (GEAEM 138-3-44-4).A Relação do marechal de campo Francisco de Paula Bastos, 1.º barão de Bastos, comandante da 10.ª Divisão Militar (Açores), em 1862 informa que "As muralhas e parapeitos tem algumas ruinas" e observa, com relação às estruturas da ilha: "Devem ser conservados, por que defendem o porto da cidade da Horta, dando-lhe a conveniente importancia, mas seria util fazer-lhes as reparações de que carecem, e artilha-los convenientemente; pois quazi toda a artilharia e reparos se achão incapazes de serviço." (Op. cit., p. 274)PEGO, em 1883 refere-o como Forte de Porto-Pim, situado no ponto onde começa a Estrada Real litoral que segue para Oeste da ilha. De reduzidas dimensões, contava apenas com uma bateria alta sobre o extradorso da abóbada que acoberta duas casas (compartimentos), observando que as suas 9 canhoneiras se encontravam mal posicionadas para a defesa da baía.Encontrava-se, então, em mau estado, notando-se os efeitos da erosão marinha, estando as suas duas casas, que serviam de armazém de carvão de pedra e outros, maltratadas pelos arrendatários. Encontrava-se devoluto por ter sido comunicado, em 9 de janeiro de 1882, que o arrendatário não continuava o seu arrendamento por terem aumentado as ruínas no forte ("Tombos dos Fortes da Ilha do Faial". In RIHGB, vol. LVI, 1998, pp. 117-123).Encontra-se relacionado por BAPTISTA DE LIMA (1982) como estruturas separadas sob os nomes de Reduto da Patrulha e Forte da Vera Cruz do Corpo da Guarda. ---------------------------------------------------------------------------#7. Forte de São SebastiãoNo "Projeto da fortificação da Horta" enviado pelo capitão espanhol Francisco de La Rua a D. Diogo da Silva, 5.º conde de Portalegre, a pedido de Alonso de Ávila em 1597, atualmente no Archivo General de Simancas, observa-se um baluarte de planta triangular onde hoje se encontra o Forte de São Sebastião.Acredita-se que, no contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1701-1714), seja a estrutura referida pelo brigadeiro António do Couto de Castelo Branco na relação Fortificações nos Açores existentes em 1710 como O Forte de Nossa Senhora das Angustias (Arquivo dos Açores, vol. IV, 1882, p. 179).Encontra-se figurado na Planta da Baya, ou Porto da Vila de Orta na Ilha do Faial, do capitão engenheiro Francisco Xavier Machado (ca. 1769), como G. Forte da Crus dos Mortos. Este oficial deixou-nos ainda uma planta do mesmo, onde se assinalam 7 canhoneiras.Está identificado como Forte da Cruz dos Mortos na Planta das fortificações e baías na ilha do Faial, de autoria do sargento-mor do Real Corpo de Engenheiros, José Rodrigo de Almeida (Planta das forteficaçoens e bahias da Ilha do Fayal / a qual por ordem da Real Junta da Fazenda destas ilhas dos Açores tirou o Sarg.to Mor do Real Corpo d' Engenheiros Jozé Rodrigo d' Almeida em 1804).Em 1819 a denominação da fortificação foi alterada: "Resolveu o governador dar ao castello da Cruz dos Mortos a denominação de São Sebastião, celebrando esta cerimonia com grande pompa no dia 4 de novembro concorrendo áquelle sitio toda a tropa de 1.ª e 2.ª linha, officialidade d'ordenanças, auctoridades e principais da ilha, terminando o acto por trez descargas de fuzilaria e uma salva d'artilheria no forte ao içar a bandeira portugueza."A respeito da Cruz dos Mortos, "Provinha esta denominação de existir junto ao dito forte uma cruz que servia de marco onde os padres da Matriz iam buscar os mortos que falleciam para além sul antes de creada a freguezia das Angustias." (MACEDO, 1981, I:337)A nova designação foi uma homenagem ao infante D. Sebastião Gabriel de Bourbon e Bragança, nascido no Rio de Janeiro em 4 de novembro de 1811, filho mais velho da infanta D.ª Maria Teresa de Bragança, filha mais velha de João VI de Portugal (1816-1822) (FARIA, 2021:8).A Relação do marechal de campo Francisco de Paula Bastos, 1.º barão de Bastos, comandante da 10.ª Divisão Militar (Açores), em 1862 informa que "Está algum tanto arruinado; já se procedeo ao orçamento respectivo para a sua reparação" e observa, com relação às estruturas da ilha: "Devem ser conservados, por que defendem o porto da cidade da Horta, dando-lhe a conveniente importancia, mas seria util fazer-lhes as reparações de que carecem, e artilha-los convenientemente; pois quazi toda a artilharia e reparos se achão incapazes de serviço." (Op. cit., p. 274)PEGO, em 1883, informa que estava solidamente construído e em bom estado. Tinha 11 canhoneiras, 3 edificações de serviço (armazém de material e munições, caserna e casa para sargento), latrina e cozinha, servindo de quartel provisório ao destacamento de reformados da ilha, antigamente sediado no Forte do Bom Jesus, e provisoriamente cedido para cadeia da comarca. De acordo com o mesmo oficial, a defesa deste forte era complementada, para Leste, por uma linha continua entrincheirada que o ligava ao Forte do Porto Pim e, por outra, para Oeste, que o ligava a uma bateria ou vigia que à época não mais existia. Tendo ambas sofrido derrocada, à época encontravam-se “substituidas em parte por muros de guarda feitos pelas obras publicas e que em cazo de necessidade poderão servir de parapeito para fusilaria.” ("Tombos dos Fortes da Ilha do Faial". In RIHGB, vol. LVI, 1998, pp. 109-115)Desde agosto de 2005, nas dependências do forte, sob a responsabilidade da Câmara Municipal da Horta, funcionou a Ecoteca do Faial, subordinada à Secretaria Regional do Ambiente e do Mar. A Ecoteca, por sua vez, desde 1 de janeiro de 2007, passou a ser gerida pelo Observatório do Mar dos Açores (OMA), associação técnica, científica e cultural, sem fins lucrativos, criada em 2002 por elementos ligados ao Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores.Em 2 de outubro de 2019, aquando da passagem do furacão Lorenzo, a ilha do Faial foi duramente atingida: a Horta registou ventos de 145 km/h e o mar entrou pela cidade com ondas de 10 a 15 metros. A forte agitação marítima causou a derrocada de um troço da muralha Oeste, voltada à baía, entre outras danos.Atualmente aos cuidados da Junta de Freguesia das Angústias, o espaço encontra-se encerrado ao público, pelos riscos que representa à visitação.--------------------------------------------------------------------------Para ler mais...“Allegação de Serviços feitos por Jorge Goulart Pimentel Capitão Mor da Ilha do Fayal. 1660 — 1676”. In Arquivo dos Açores, vol. I, 1878. pp. 368-370.“Ficha 2/Faial”. In Arquivo da Arquitectura Popular dos Açores.“Ficha 71.9.210 Forte da Guia”. In Inventário do Património Imóvel dos Açores: Horta, Faial. Horta, Direcção Regional de Cultura; Instituto Açoriano de Cultura; Câmara Municipal da Horta, 2003.“Ficha 71.10.207 Fortificações da Baía de Porto Pim”. In Inventário do Património Imóvel dos Açores: Horta, Faial. Horta, Direcção Regional de Cultura; Instituto Açoriano de Cultura; Câmara Municipal da Horta, 2003.“Fichas 2, 3, 4, 83 e 86 Edifícios e Elementos de Qualidade”. In Plano de Urbanização da Cidade da Horta.“Ficha 13 'Sítios' ou Conjuntos Urbanos de Qualidade”. In Plano de Urbanização da Cidade da Horta.“Ficha IPA.00008122 - Castelo da Greta / Forte do Monte da Guia”. In SIPA – Sistema de Informação para o Património Arquitetónico“Ficha IPA.00008128 - Bombardeira / Fortificação do Século XVII na baía do Porto Pim”. In SIPA – Sistema de Informação para o Património Arquitetónico“Ficha IPA.00008129 - Reduto da Patrulha na baía do Porto Pim”. In SIPA – Sistema de Informação para o Património Arquitetónico“Ficha IPA.00008130 - Castelo de São Sebastião na baía do Porto Pim / Forte de São Sebastião”. In SIPA – Sistema de Informação para o Património Arquitetónico“Ficha IPA.00033700 - Torre de vigia à entrada do Porto Pim”. 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Fonte imediata de aquisição ou transferência
Cedência dos direitos à BPARJJG por declaração de 2024-11-08.
Âmbito e conteúdo
Várias imagens capturadas por drone das fortificações e das estruturas defensivas da cidade da Horta (sem qualquer tipo de utilização militar atual):1. Muralha da Horta (3 imagens),2. Forte de Santa Cruz (10),3. Forte de Nossa Senhora da Guia (3),4. Bateria de Nossa Senhora da Guia (5),5. Portão do mar do Porto Pim (7).6. Canhonheira do Porto Pim (4), 7. Forte de São Sebastião (9).
Condições de acesso
Arquivo digital da BPARJJG instalado na sala de leitura.
Unidades de descrição relacionadas
Coleção do Arquivo Regional: plantas de fortificações (PT/BPARJJG/ARH/0017).
Publicador
l.sousa
Data de publicação
08/01/2025 13:30:04