Arquivo Francisco Afonso Chaves

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Arquivo Francisco Afonso Chaves

Detalhes do registo

Nível de descrição

Fundo   Fundo

Código de referência

PT/BPARPD/PSS/FAC

Tipo de título

Formal

Título

Arquivo Francisco Afonso Chaves

Datas de produção

1869  a  1927-03-05 

Dimensão e suporte

4.484 doc., 20 desenhos, 27 provas fotográficas (21 provas p&b em papel de revelação direto, 4 cianotopias, 2 albuminas)

Extensões

0 Byte

Entidade detentora

Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada

Produtor

Francisco Afono Chaves

História administrativa/biográfica/familiar

Francisco Afonso Chaves (1857 - 1926).Nascido em Lisboa, vai viver para a ilha de S. Miguel, origem da família paterna, ainda na primeira infância. Em Ponta Delgada faz estudos liceais e em 1879 conclui o curso de Infantaria da Escola do Exército, em Lisboa. Tenta prosseguir os estudos na Escola Politécnica mas desiste e regressa a S. Miguel, dedicando-se às ciências de forma autodidata.Circunstâncias locais encaminham-no para a zoologia, mas é o magnetismo terrestre e a meteorologia que lhe abrem caminho para uma actividade científica profissional. É determinante a encontro em 1887 com o príncipe do Mónaco quando realiza as suas primeiras campanhas oceanográficas e começa a esboçar um projeto internacional de estudos meteorológicos para os Açores.Em 1893 o arquipélago dos Açores liga-se ao continete europeu pelo cabo telegráfico. A partir de então Francisco Afonso Chaves, nomeado para diretor do posto meteorológico de Ponta Delgada desenvolve uma intensa atividade de alargamento e aperfeiçoamento das observações meteorológicas locais que articula com o objetivo da implantação de uma instituição internacional com o apoio de Alberto do Mónaco.Em 1898 Francisco Afonso Chaves é nomeado responsável pela difusão do projeto junto dos principais Institutos e Observatórios europeus com o patrocínio do governo português, o qual o autoriza a, em simultâneo, fazer formação especializada em Paris e no Observatório do Parc Saint - Maur.Em 1899 redige o projeto do serviço meteorológico internacional dos Açores que apresenta pessoalmente em Paris, no Congresso de Meteorologistas, realizado em 1900. Na véspera da apresentação recebe instruções do governo português para retirar o caráter internacional do projeto, que como sendo um projeto de responsabilidade nacional.Em 1901 o serviço meteorológico dos Açores é criado e inaugurado oficialmente pelo rei Carlos I em Ponta Delgada. Inaugura também o serviço da Horta, estabelecendo a igação entre o Observatório Astronómico de Lisboa e o Observatório Meteorológico de Ponta Delgada.Apesar do empenho de Francisco Afonso Chaves o projeto do serviço meteorológico nunca se tornou no serviço almejado por Alberto do Mónaco devido à escassez dos meios. Nunca se realzou telegráfica à ilha das Flores e o previsto observatório de altitude também vem a ser retirado do projeto.Francisco Afonso Chaves consegue, no entanto, desenvolver os estudos magnéticos e construir um observatório adequado na Fajã de Cima. Inicia os estudos de sismologia, montando em Ponta Delgada o primeiro posto sismográfico do país em 1902 e dedica-se também ao estudo das marés.Mantem de igual modo, ao longo da sua vida o interesse em actividades naturalistas, nomedamente em zoologia como diretor do museu de Ponta Delgada.

História custodial e arquivística

O arquivo pessoal de Francisco Afonso Chaves, após a morte do seu produtor, fica a cargo da única herdeira direta, a filha Angelina Jácome Chaves que após falecimento passa a Margarida Cogumbreiro de Mello ( neta ) , que o cede temporariamente para estudo ao Serviço Meteorológico dos Açores na ilha Terceira na posse do diretor do Serviço Meteorológico dos Açorese Presidente da Sociedade de Estudos Afonso Chaves, o tenente coronel José Agostinho. Por morte deste, é devolvido oarquivo à família ficando na posse do dr. José Estrela Rego ( marido da bisneta Maria da Conceição Cogumbreiro Melo Estrela Rego ) até 2003, altura em que é entregue ao sobrinho dr. João Luís Cogumbreiro de Melo Garcia, ficando na condição de fiel depositário. É por iniciativa deste e das herdeiras diretas e bisnetas de Francisco Afonso Chaves, Isabel Maria Cogumbreiro de Melo Garcia e Maria da Conceição Cogumbreiro Melo Estrela Rego, que o arquio vem a ser entregue em depósito à Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada em 2013 .

Fonte imediata de aquisição ou transferência

Documentação depositada na BPARPD em 2013 pelas herdeiras de Francisco Afonso Chaves.

Âmbito e conteúdo

A documentação é constituída por correspondência recebida no âmbito da vida pessoal e sobretudo da atividade técnico científica do produtor. Salientam-se como áreas de saber mais mencionadas a meteorologia, biologia, botânica, oceanografia e sismologia.Entre os correspondentes presentes no arquivo destacam-se personalidades de renome científico da segunda metade do século XIX, seja a nível internacional seja nacional. É o caso do Príncipe Alberto do Mónaco e dos seus colaboradores diretos, Jules Richard e Barão Jules de Guerne, Téodores Barrois, Éleuthere Élie Mascart, Friftjof Nansen (prémio Nobel da Paz) ou William Trelease. A nível nacional Ernesto Rodolfo Hintze Ribeiro, José Vicente Barbosa du Bocage, Alberto Alexandre Girad, Frederico Oom ou, num contexto açoriano, os irmãos Canto (Eugénio do Canto, Ernesto do Canto e José do Canto), Amâncio Gago da Câmara (Conde dos Fenaes) e António Borges de Medeiros Dias da Câmara e Sousa (1º Marquês da Praia e Monforte).Existem ainda alguns textos e impressos sobre temas científicos acondicionadas pelo produtor em capilhas temáticas, onde se encontra alguma correspondência, relativas ao estabelecimento do telégrafo sem fios nos Açores, projeto de viagem à Índia (não concretizada), viagem a África, história natural da ilha das Flores, treino militar, observatório de Angra e do Pico, viagem de D. Carlos à Graciosa, expedição Gauss, relatório sobre o serviço meteorológico e sobre temas ligados a meteorologia, zoologia, botânica e entomologia.

Sistema de organização

A documentação encontra-se organizada segundo critérios definidos pelo produtor.A correspondência recebida está maioritariamente disposta em capilhas ordenadas alfabética e cronologicamente. Sistema que é apenas interrompido nas capilhas que tiveram, por parte do produtor, uma organização temática ou nas de maços de correspondência, que contêm vários remetentes, as quais foram mantidas.Existem, em alguns casos, sinais visíveis de que a documentação foi sujeita a arranjos posteriores ao produtor, que quebraram a sequência cronológica ou das capilhas por correspondentes. Nestes casos, sempre que possível, procurou-se recuperar a ordem atribuída pelo produtor, assinalando-se no campo notas ou referindo a perda de ligação à organização inicial.

Idioma e escrita

Documentação em português, francês, inglês e alemão.

Características físicas e requisitos técnicos

Documentos em estado razoável de conservação.

Unidades de descrição relacionadas

O arquivo fotográfico de Francisco Afonso Chaves encontra-se depositado e inventariado no Museu Carlos Machado.

Data de publicação

02/08/2021 10:05:46