António Roberto de Oliveira Rodrigues

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António Roberto de Oliveira Rodrigues

Detalhes do registo

Informação não tratada arquivisticamente.

Nível de descrição

Fundo   Fundo

Código de referência

PT/BPARPD/PSS/AROR

Tipo de título

Atribuído

Título

António Roberto de Oliveira Rodrigues

Datas de produção

1859  a  2002-02-23 

Dimensão e suporte

900 doc., 13 álbuns, 492 provas fotográficas

Entidade detentora

Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada

Produtor

António Roberto de Oliveira Rodrigues

História administrativa/biográfica/familiar

António Roberto de Oliveira Rodrigues nasce a 7 de Junho de 1901, na freguesia de São José (tendo sido batizado na paróquia de São Sebastião), vindo a falecer a 31 de Março de 1990. A sua infância foi vivida num ambiente de arte, investigação e números, uma vez que em sua casa eram recebidos músicos e grandes figuras intelectuais da época, o que lhe terá despertado a vocação para o teatro. Era sócio-gerente da firma Azevedo e C.ª Sucs, empresa que pertencia à família, mas manteve-se sempre ligado ao teatro local. Seguia o teatro francês, do qual destacam-se as figuras de Louis Jouvet e Jean Giraudoux, por quem tinha uma grande admiração, através de obras e periódicos que mandava vir de Paris.António Roberto também apreciava a arte cinematográfica, chegando mesmo a trocar cartas com Francisco Carreiro da Costa a fim de selecionar os filmes que queria mandar vir para passar em Ponta Delgada. O primeiro espetáculo de teatro em que participa é em 1919, na casa de verão de Santa Rosa de Veríssimo Freitas da Silva, onde é representada “A viúva alegre”. Este espetáculo é repetido dois anos mais tarde no salão da Fábrica do Açúcar, que pertencia ao Engº Clemente de Vasconcelos. Dessa exibição ficaram críticas na imprensa, como as de Alice Moderno e José Bruno Tavares Carreiro.Em 1922, António Roberto é incumbido de organizar as récitas de caridade, realizadas a 21 e 26 de Junho, no Teatro Micaelense. São apresentadas as peças “Manhã de sol”, dos irmãos Quintero, “D. Beltrão da Figueirôa”, de Júlio Dantas e “Inglês sem mestre”, de André Brun, tendo António Roberto sido o ator principal nestas duas últimas. Assim, iniciou-se um primeiro período de atividade teatral intimamente ligado às récitas de caridade. De 1925 e 1929, realizaram-se os Serões d´Arte, trabalho de uma sociedade constituída por Agnelo Casimiro, Armando Côrtes-Rodrigues, Gaspar Read Henriques, Teotónio da Silveira Moniz e António Roberto de Oliveira Rodrigues. Em 1927, Amélia Rey Colaço visitou os Açores e convidou António Roberto a ingressar na companhia e regressar com ela a Lisboa, mas António Roberto recusou. Em 1932, ensaiou “Uma fábrica de casamentos” e em 1933 participou na récita de caridade promovida pelo Coliseu Avenida. Ainda nesse ano realizou uma viagem a Paris e a Londres com Jacques Bensaúde. Em 1934, participou no espetáculo do Coliseu Avenida , a 19 e 20 de Maio, onde foi representada “L´Auberge du cheval blanc”. A 19 de Fevereiro de 1936, participou na apresentação da peça “Rose Marie”, na casa de Augusto Cymbron. Este espetáculo é repetido a 15 de Junho no Salão Nobre do Governo Civil de Ponta Delgada, numa récita de caridade. Terminaria, assim, este primeiro período de atividade teatral de António Roberto, onde desempenhou simultaneamente funções de ator, ensaiador e encenador.A 13 de Julho de 1937, casou com Maria Luísa Faria e Maia de Aguiar Oliveira Rodrigues e é precisamente nesta altura que abranda a sua atividade teatral.Em finais da década de 40 volta a ter uma atividade teatral mais intensa, desta vez como ensaiador do grupo de teatro do Liceu Antero de Quental, entre 1945 e 1969 (com pausa entre 1952 e 1963), e como vice-presidente da Academia Musical de Ponta Delgada, na qual criou um grupo de teatro amador que realiza a sua última récita em 1957. Como ensaiador do grupo de teatro do Liceu produziu espetáculos memoráveis, que se destacaram pela sua qualidade. No espetáculo do Liceu Nacional de Ponta Delgada de 1969, é-lhe prestada uma homenagem pelos alunos. Em 1981, alguns jornais homenageiam-no aquando do seu octogésimo aniversário. A 8 de Maio de 1982 é-lhe feita nova homenagem, na biblioteca da Escola Secundária de Antero de Quental, organizada por admiradores, amigos e antigos intérpretes. A sua morte geraria a publicação de uma série de pequenos artigos na imprensa local, salientando a sua relevância e papel cultural.

História custodial e arquivística

O Arquivo de António Roberto Olíveira Rodrigues foi depositado na Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada em 2011, após celebração de Contrato de Doação entre aquela instituição e Maria Clotilde de Aguiar Oliveira Rodrigues Cymbron. Em 2012, foram acrescentadas ao depósito inicial algumas coleções de periódicos.

Âmbito e conteúdo

O arquivo inclui documentos que testemunham a trajetória cultural, muito ligada ao teatro e ao cinema, de António Roberto de Oliveira Rodrigues, salientando-se os manuscritos de peças, recortes de imprensa, correspondência, programas, provas fotográficas, álbuns, pautas musicais e livros. Alguns destes livros foram impressos no século XIX, o que explica o recuo do início da data de produção para esta época. Inclui também correspondência de familiares, amigos e antigos alunos aquando da homenagem que lhe é prestada em 1982, assim como provas fotográficas e alguns textos.

Sistema de organização

Os documentos do fundo de António Roberto de Oliveira Rodrigues encontravam-se organizados por temáticas e/ou épocas teatrais, uma organização realizada por sua filha, Maria Clotilde Cymbron. A organização do fundo estabelece-se em duas secções - "AROR" (António Roberto de Oliveira Rodrigues) e "MCC" (Maria Clotilde Cymbron) - seguindo a estrutura geracional. A primeira secção divide-se em seis séries, essencialmente tipológicas. A primeira série considerada é a de "Iconografia", composta essencialmente por provas fotográficas. A segunda série é a de "Correspondência", a qual se subdivide em oito sub-séries que assumem a nomeação dos respetivos correspondentes. A terceira série é a de "Manuscritos", que se subdivide em três sub-séries, a saber: "Ensaios", "Traduções" e "Transcrições". Segue-se a quarta série, "Imprensa", dividida em "Artigos do autor", "Imprensa internacional", "Imprensa regional" e "Livros". Optou-se por incluir os livros na totalidade da descrição do arquivo, ao invés de se criar uma livraria à parte, uma vez que possuem uma relação temática muito próxima do âmbito do restante arquivo. Segue-se a quinta série "Programas" e, por fim, a última série, "Teatro", organizada em vinte e uma sub-séries, que correspondem aos espetáculos em que António Roberto participou e que foram organizadas desta forma por sua filha, Maria Clotilde Cymbron.A segunda secção divide-se em duas séries, essencialmente tipológicas, que correspondem a documentos guardados após a morte de António Roberto por sua filha, Maria Clotilde Cymbron. A primeira série é a da "Imprensa" e a segunda a da "Correspondência".

Idioma e escrita

Português, Inglês, Francês, Alemão, Espanhol e Italiano

Unidades de descrição relacionadas

“Bom teatro doutros tempos: uma homenagem a António Roberto de Oliveira Rodrigues”, Separata de Insvlana, Ponta Delgada, 1984.“Bom teatro doutros tempos: uma homenagem a António Roberto de Oliveira Rodrigues”, in Insvlana, Vol. 40, Ponta Delgada, 1984, pp 99-153.“Teatro inédito de Armando Côrtes-Rodrigues”, in Insvlana, Vol. 27 e 28, 1º e 2º semestres, 1971-72, pp 58-164.CYMBRON, Maria Clotilde de Aguiar Oliveira Rodrigues, Teatro em São Miguel: António Roberto de Oliveira Rodrigues, percurso 1920-1969, Ponta Delgada, Nova Gráfica, 2011.

Data de publicação

26/03/2021 16:36:49