Firma "Domingos Dias Machado, Sucessor, Limitada"

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Firma "Domingos Dias Machado, Sucessor, Limitada"

Detalhes do registo

Informação não tratada arquivisticamente.

Nível de descrição

Fundo   Fundo

Código de referência

PT/BPARPD/EMP/FDDMSL

Tipo de título

Atribuído

Título

Firma "Domingos Dias Machado, Sucessor, Limitada"

Datas de produção

1843-02-05  a  1992-05-29 

Datas descritivas

1755; 1765; 1783; 1797 - 1843 até 1992

Dimensão e suporte

64 m/l

Extensões

58 Caixas
37 Capas
397 Capilhas
20 Envelopes
643 Folhas
1192 Livros
37 Macetes
41 Maços
2977 Outros
184 Pastas

Entidade detentora

Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada

História administrativa/biográfica/familiar

Em 1944, um artigo do jornal "Correio dos Açores" publicaria uma resenha histórica do percurso da firma Domingos Dias Machado. Segundo aquele periódico, as primeiras instalações desta firma comercial datam de 1815, sendo seu fundador Manuel José Machado, natural da Urzelina (S. Jorge). O negociante jorgense, que residia na Rua Pedro Homem, começou a sua atividade comercial com a chamada Loja Funda, na antiga Rua do Frade, atual Rua Hintze Ribeiro. Não obstante a data apontada de 1815, que é aliás ostentada no seu logotipo, a verdade é que o arquivo recua apenas a 1843, data do primeiro copiador escrito pelo punho do próprio Manuel José Machado.O cerne do negócio inicial versava o comércio insular e, porque era detentor de algumas chalupas, transportava de S. Jorge os produtos do seu negócio, por atacado (vinho, queijo e gado) e para lá levava grandes lotes de fazenda. Na década de 40 do século XIX mandaria vir o seu sobrinho, Domingos Dias Machado, na altura com 14 anos, para trabalhar com ele, tendo o mesmo, tal como o tio, demonstrado gosto e apetência pelos negócios. Em 1863, os dois iniciam uma parceria comercial informal, sociedade essa que se oficializa em 1864 por escritura exarada em cartório notarial. Esta sociedade de tio e sobrinho era proprietária do iate Santo Cristo da Esperança e da escuna Ema, bem como de um Forno de cal, na Urzelina, em S. Jorge.Em 1866, entraria um terceiro sócio nos negócios, com escritura formalizada por escritura de sociedade comercial com firma, desta feita entre tio, sobrinho e José Maria de Aguiar, que visava a exploração de uma Fábrica de Destilação, na antiga Rua do Lameiro, atual Rua do Castilho. A esta fábrica chegaria o açúcar do Brasil, importado pela empresa nos seus barcos, e saía a aguardente produzida, que era vendida nesta ilha e nas outras deste arquipélago. Esta sociedade a três, podemos afirmar, é o primórdio da firma que marcou a memória de várias gerações em São Miguel e que acabou por se extinguir nos finais do século XX.Domingos Dias Machado, seu tio e António de Machado Sousa e Mello tinham ainda parceria na importação de madeira de Figueira, que vinha de Boston e de outras partes da ilha (Povoação e Água de Pau), negócio que geraria a sua estância de madeiras.Em 1868, Domingos Dias Machado e António Machado de Sousa e Mello assinam uma escritura comercial entre ambos, que se denominaria Firma Machado & Melo, cuja loja se situava nos números 1 a 3 do Largo da Matriz, em Ponta Delgada, onde se vendiam relógios, petróleo, tabaco, pregos e outros objetos. Quando Manuel José Machado falece, em 1872, todo o negócio ficaria a cargo de Domingos Dias Machado, dividindo-se os lucros entre primos. A este capital, Dias Machado juntaria, também, diversas propriedades herdadas de Joaquim António Rebelo em junho de 1875. Casaria com uma rica proprietária de Mafra, para onde iria viver.Com a sua ida para Mafra, Domingos Dias Machado acabaria por se desfazer dos negócios que havia construído em São Miguel. A 4 de fevereiro de 1894, trespassaria os seus negócios a antigos funcionários: Luís Maria de Aguiar (filho de José Maria de Aguiar), Augusto Garcia, José Silveira Santos. Estes, logo no dia 5 de fevereiro, constituir-se-iam em sociedade sob o nome de Firma “Domingos Dias Machado Sucessores”, que ainda foi sofrendo alterações ao longo do século XX. Em 1901 esta firma passou a intitular-se como firma "Domingos Dias Machado Succes”. Ao longo do Séc. XX esta firma foi sofrendo alterações, em 1912, tinha apenas tinha apenas 1 sócio, o senhor Luís Maria de Aguiar, que faleceu a 31 maio 1928, mais tarde e de acordo com a escritura de 12 de novembro de 1934, a administração da firma comercial Domingos Dias Machado Sucessor que ficou a cargo individual e exclusivamente do coproprietário, o sr. Henrique de Aguiar.Em 1944, esta firma tinha a funcionar os seguintes estabelecimentos: 6 mercearias, 1 armazém de atacado, 1 estância de madeiras, 1 fábrica de chicória 1 torrefação, 1 adega.A 5 de abr. 1961 por escritura que consta do livro 527 –B, 2ºCNPDL procedeu-se à alteração do pacto social da Sociedade da firma “Domingos Dias Machado Sucessor, Limitada”, constituída por escritura lavrada pelo notário da Secretaria Notarial Hermano Mendonça Dias aos 29 dez. 1956, liv. notas, 473 B, fls. 28 vº, esta previa no seu artigo décimo, que a gerência e administração da sociedade seria exercida por todos os sócios, e ainda pelo senhor Luís Vasconcelos de Aguiar. Através da análise de uma pasta intitulada de "Gráficos de venda", verifica-se que no período entre 1969 - 1972, esta firma era detentora da Loja da Praça, Armazéns de adubos, Loja da Rua Garcia, Mercearia Jade, Loja da Rua do Negrão, Loja Canto da Fontinha, Loja Funda, Armazém na Rua da Misericórdia e madeiras.Em 1973 os seus gerentes eram os senhores: Aires de Faria e Maia de Aguiar, Carlos Faria e Maia de Aguiar, Luís Tavares Neto Sequeira de Medeiros e Veríssimo, sendo que o gerente delegado o sr. Carlos Faria e Maia de Aguiar.A 23 de outubro de 1974, é efetuada uma outra escritura onde o pacto social é alterado totalmente, a sociedade continuava a adotar a firma “Domingos Dias Machado, Sucessor Limitada”, sendo que de acordo com o art.º 3º, o capital social seria dividido em 10 quotas pertencentes a: Aires de Faria e Maia d' Aguiar, Carlos Faria e Maia d' Aguiar, Leonor Faria e Maia, António d' Aguiar Machado, Carlos Eduardo d' Aguiar Machado, Gabriela Correia d' Aguiar da Câmara Melo Cabral, Jorge Correia Faria e Maia d' Aguiar, Luís Maria Tavares do Canto d' Aguiar e Maria Pilar Tavares do Canto d' Aguiar e Nicolau de Sousa Lima & filhos, Limitada. A gerência e administração da sociedade seria exercida pelos senhores: Aires de Faria e Maia, António de Aguiar Machado, Carlos de Faria e Maia de Aguiar, Nicolau de Sousa Lima & filhos, Limitada, Carlos Eduardo de Aguiar Machado e Jorge Correia de Faria e Maia de Aguiar. Na referida escritura a sociedade teria por fim o exercício em todo o território Nacional do comércio de comissões e consignações, conta própria, importações e exportações, agências e representações, armazéns de grosso, estabelecimentos de retalho ser qualquer ramo de atividade comercial ou industrial.Mais tarde e de acordo com a escritura de 9 jan 1985, a Sociedade Domingos Dias Machado, Sucessor Limitada sofreu um aumento de capital, sendo os seus cotistas: o Engº Aires de Faria e Maia de Aguiar, Herd. de Carlos Faria e Maia de Aguiar, Herd. Leonor de Faria e Maia de Aguiar Machado, António de Aguiar Machado, D. Gabriela Correia d' Aguiar C. Melo Cabral, Jorge Correia de Faria e Maia de Aguiar, Isabel de Faria e Maia de Aguiar, Miguel de Faria e Maia de Aguiar, Luís Maria Tavares do Canto de Aguiar, Maria do Pilar Tavares do Canto de Aguiar e Nicolau de Sousa Lima & Filhos Lda.

Estatuto legal

Depósito

História custodial e arquivística

Trata-se de um arquivo interessante quer do ponto de vista comercial, mas também patrimonial, deu entrada em dez. de 2002 após um contacto prévio por parte de Jorge Faria e Maia de Aguiar, no sentido da documentação dar entrada no ARPDL, dado que o edifício iria ser vendido e teria certamente interesse histórico para a nossa sociedade.

Âmbito e conteúdo

Trata-se de um arquivo de pequena dimensão, de cariz comercial, mas também patrimonial, pois contém tombos de propriedades, certidões, livros de rendas e foros, entre outros, que se encontravam nos no escritório da Loja da Praça, numa secção intitulada "Administrações particulares", onde se geriam as contas, propriedades, rendas e foros dos sócios da firma, dos seus familiares e outros.Estruturação da base de dados: foram criadas secções para os primeiros 3 comerciantes: Manuel José Machado, Domingos Dias Machado e José Maria de Aguiar (sc A, B, C), bem como para os seus géneros de negócio (sc D), até ao período de 1894, data em que Domingos Dias Machado trespassa o seu negócio, pois este vivia na Picanceira (Mafra).Salientaram-se ainda gerentes e alguns sócios-gerentes da Firma: Luís Maria de Aguiar, Henrique Maria de Aguiar e Aires de Aguiar, criando-se secções para os mesmos (sc F, G e H).A documentação dos seus filhos, parentes, conhecidos e administrados foi encaixada nas secção "Administrações particulares" (sc I). Localização atual: Dep. 7, col. 110/4 – col. 123/2.

Idioma e escrita

Português, inglês, alemão e espanhol chileno.

Instrumentos de pesquisa

Base de dados em arqbase ADDM, dados não migrados para esta base.

Notas

Apesar de existir documentação de cariz patrimonial alguma do séc. XVIII, considerou-se como data inicial do "Fundo" o 1º copiador escrito por Manuel José Machado, o 1º comerciante. Em 1985 esta firma passou a sociedade, mas como foi conhecida durante mais de um século como "Firma", foi esta a designação adotada para se designar este arquivo.

Publicador

m.almeida

Data de publicação

31/03/2022 14:46:25