Correspondência particular 1
Informação não tratada arquivisticamente.
Nível de descrição
Unidade de instalação
Código de referência
PT/BPARJJG/FAM/FCM/PSS/001/0001
Tipo de título
Atribuído
Título
Correspondência particular 1
Datas de produção
1898
a
1945
Dimensão e suporte
c. 554 docs.; papel.
Âmbito e conteúdo
Predominam as cartas dos irmãos residentes em Lisboa, sobretudo Augusto e Pedro, mas também Manuel, de carácter familiar, mas onde se destacam as notícias e as considerações tecidas sobre o contexto político, social e económico, do Faial, dos Açores, de Portugal e internacional.Inclui um conjunto de cartas escritas sequencialmente por Alberto Goulart Medeiros a Rosalina, como se de um diário se tratasse, enquanto se encontra embarcado em Cabo Verde (1898). Note-se que existe um conjunto de cartas que se encontram rasgadas aos pedaços.Algumas cartas de António Ferreira de Serpa (1909 e 1910).Número de cartas por ano - 1900: 1. 1903: 1. 1904: 2. 1905: 2. 1907: 9. 1908: 1. 1909: 3. 1910: 1. 1913: 2. 1915: 1. 1916: 2. 1918: 3. 1920: 7. 1921: 5. 1922: 2. 1923: 24. 1924: 10. 1925: 8. 1926: 9. 1928: 24. 1929: 14. 1930: 5. 1931: 10. 1932: 6. 1933: 36. 1934: 43. 1935: 36. 1936: 41. 1937: 37. 1938: 41. 1939: 50. 1940: 40. 1941: 28. 1942: 12. 1943: 17. 1944: 14. 1945: 7. Destacam-se, a título de exemplo, as seguintes cartas: Carta de Augusto a Alberto, escrita de Hong Kong, em 1932-11-20, em que fala sobre Hong Kong e Macau e do que os portugueses têm lá feito (ou deixado de fazer), criticando também o porto que construíram. Dá conta da mudança que encontrou, volvidos vinte e três anos, no modo de ser dos chineses. Fala da questão da Manchúria e nos jogos estratégicos da América do Norte. Comenta também a herança de Calcutá. Três cartas de Francisco Guerra Ribeiro, uma de 1926-7-30, em que felicita Alberto Goulart Medeiros pelo cargo de governador civil da Horta, fazendo referência às guerras políticas no Faial e dando-lhe conselhos políticos; refere também o rendimento dos cabos submarinos até 1921-6-30. Nas outras cartas, de 20 de novembro e de 20 de dezembro, escreve sobre os inimigos políticos de Alberto Goulart Medeiros, do seu afastamento do cargo de Governador Civil e sobre outros aspetos e personagens da situação política do Faial.Carta de Augusto a Alberto (1933-08-10): fala sobre a vinda do navio Adamastor de Macau para Lisboa, considerando ter sido uma "politiquice do Ministro"; critica o povo português, o que faz em várias cartas, denunciando diversos vícios e traços de caráter. Na carta de 1933-10-12 relata detalhadamente a viagem de regresso a Lisboa do navio Adamastor (Macau, Hong Kong, Saigão, Colombo, Áden, Porto Said, Malta, Lisboa), de 1933-3-8 a 1933-7-1. Conta as dificuldades da viagem desde Macau devido ao mau estado do navio, mas também devido ao procedimento incorreto do Ministro e do Comando Geral e dos oficiais do navio. Faz uma referência a Magalhães Correia, que havia sido Ministro da Marinha até 1932. Termina a carta com "PS - É bom guardares bem esta carta." Na carta ao sobrinho Alberto (1934-1-7): fala sobre a ingratidão que tem recebido por parte das autoridades que o mandaram trazer o navio Adamastor de Macau, sem lhe reconhecerem o feito. Faz críticas de natureza política. Carta de Pedro a Alberto (1934-2-22): alude ao Banco do Fayal e à sua situação ruinosa. Carta de Augusto a Alberto (1934-4-21): Augusto faz parte da direção do Grémio dos Açores, em Lisboa. Nesse âmbito, conta o pedido feito ao subsecretário das Finanças relativamente aos sinistrados do Faial. Menciona a situação política do país, a existência de dois partidos e o que cada qual defende e pretende. Tece críticas ao país. Carta de Augusto a Alberto (1934-5-22): conta ter entregue ao Ministro das Obras Públicas uma carta da Associação Comercial da Horta agradecendo a ida da draga para esta cidade. Refere a ação do Grémio dos Açores junto do Governo no âmbito dos sinistrados do Faial, mencionando a proposta apresentada e culpando o diretor de Finanças da Horta por informar que os sinistrados têm pago as suas prestações, sem referir as dificuldades que passam para o conseguirem. Queixa-se de os jornais nacionais não terem publicado as notas que enviou sobre ambos os assuntos; queixa-se igualmente da falta de interesse de muitos açorianos pelo Grémio e consequentemente da sua dificuldade de subsistência. Noutras cartas de Augusto fala sobre a política no Faial e nacional e menciona que pretende o estabelecimento da indústria do chá nos Açores. No final do ano, dá conhecimento ao irmão de que foi convidado para Governador Civil do Funchal. Ao longo deste ano são também frequentes as queixas e desabafos sobre o custo de vida e a escassez de géneros no mercado.A partir do início do ano de 1934, Augusto, já Governador Civil do Funchal, escreve sobre o exercício do cargo e sobre a realidade política e social da Madeira. São também frequentes as alusões em várias cartas de diversos autores sobre o encerramento do Banco do Fayal. Nas cartas de Augusto e de Pedro a Alberto de 7 e 20 de dezembro respetivamente, referem a instalação de uma bateria de salva na Horta.Carta de Augusto a Alberto (1936-8-10): conta detalhadamente o movimento popular de insurreição ("A revolta do leite", como ficou conhecido) que houve na Madeira e o modo como agiu para o controlar, enquanto governador civil do Funchal. Carta de Augusto a Alberto (1936-9-25): fala da intenção dos irmãos desenvolverem a indústria do chá nos Açores e de o enviarem para a Madeira. Fala de preços, compara qualidades, inclusive com o Gorreana.Carta de Augusto a Alberto (1937-11-7): refere-se a uma "providência do Salazar a respeito dos sinistrados. Carta de Augusto a Alberto (1937-11-22): conta a razão de ter deixado o cargo de Governador Civil do Funchal; adverte o irmão para a necessidade de estar alerta quanto à questão da aviação no Faial, pois S. Miguel e Terceira "trabalham para torpedearem o Faial".Carta de Augusto a Alberto (1938-2-7): refere que a missão militar inglesa vai aos Açores; comenta a superioridade da Horta, mas também o facto de não ter quem puxe pelo Faial, razão pela qual os americanos foram para São Miguel. Carta de Augusto a Alberto (1938-3-22): faz referências ao Governador Civil da Horta, ao descontentamento na Câmara Municipal da Horta, devido à paragem nas construções; o navio Afonso de Albuquerque partiu nessa data para os Açores, comandado pelo Carmona. Carta de Augusto a Alberto (1938-4-22): tece considerações sobre o Congresso e sobre o continente relativamente aos Açores. Carta de Augusto a Alberto (1938-5-7): tece considerações sobre o eixo Roma-Berlim. Carta de Pedro a Alberto (1938-6-7): "o Congresso Açoriano foi um fiasco". Carta de Augusto a Alberto (1938-6-22): refere-se à lei administrativa e sua aplicação nas ilhas. Carta de Augusto a Alberto (1938-10-21): considera o desassoreamento do porto da Horta uma necessidade, para não "prejudicar a ideia de o aproveitar nas carreiras de aviões". Noutras cartas são feitas considerações sobre o contexto internacional, reconhecendo Augusto a iminência de uma guerra. Em várias cartas ao longo do ano são feitas referências à política no Faial. Em diversas cartas de Augusto a Alberto, de 1939, mantêm-se as denúncias do abandono das ilhas pelo continente, mas também das entidades locais, entre as quais o Governador Civil, não pressionarem o suficiente o Governo. Faz ainda a análise da situação internacional, que se vai agravando, e critica a inércia do país em termos defensivos.Carta de Augusto a Alberto (1941-10-8): tece considerações acerca da viagem realizada pelo Presidente da República aos Açores. Carta de Augusto a Alberto (1941-11-22): faz referências a diversos aspetos da situação de então, designadamente o encarecimento dos géneros alimentares e da vida em geral, o aumento dos lanifícios, a procura de volfrâmio e consequente abandono das terras e aumento dos preços da alimentação, a falta de trigo nos Açores e as tropas no arquipélago. Carta de Augusto a Alberto (1941-12-22): situação política internacional, nomeadamente a entrada de tropas australianas e holandesas em Timor e Pearl Harbour. Da correspondência particular de 1942, ressaltam como assuntos dominantes a falta de bens e o preço elevado dos existentes no continente, e o seu consequente racionamento, a redução na iluminação e os protestos; por outro lado, diz-se haver géneros a apodrecer em Angola.Inclui cartas de condolências enviadas à família pelo falecimento do Dr. Alberto Goulart Medeiros, ocorrida em 14-5-1945, e uma carta de Boas Festas da poetisa Silvina de Sousa (Iracema) a Alberto Campos Medeiros.
Sistema de organização
Cronológica.
Condições de acesso
Comunicável.
Cota atual
C1.
Idioma e escrita
Português.
Publicador
l.sousa
Data de publicação
10/05/2022 11:50:29