D. António, Prior do Crato
Nível de descrição
Subsecção
Código de referência
PT/BPARLSR/FAM/CCPV/H-A16
Tipo de título
Atribuído
Título
D. António, Prior do Crato
Datas de produção
1583-11-07
a
1625-12-02
Dimensão e suporte
8 documentos
História administrativa/biográfica/familiar
Nasceu em Lisboa, a 20 de março de 1531, fruto da relação ilegítima entre o Infante D. Luís, filho do rei D. Manuel I, e Violante Gomes, mulher plebeia. Seguiu carreira eclesiástica, assumindo, em 1555 o priorado do Crato. Depois, solicitou dispensa dos votos religiosos. Esteve na Batalha de Alcácer Quibir, onde foi feito prisioneiro e libertado mediante pagamento de resgate.Com a crise de sucessão em Portugal, D. António torna-se um dos candidatos ao trono. Em seu favor, tinha o facto de ser neto de D. Manuel, assim como o era Filipe II de Espanha e D. Catarina de Bragança. Contra ele estava o seu nascimento ilegítimo, bem como o Cardeal D. Henrique, a quem muito desagradara o seu perjúrio religioso.Todavia, D. António conseguiu granjear um grande apoio à sua causa da parte do povo, que o aclama rei em várias cidades e vilas portuguesas. A inferioridade militar do seu exército face ao de Filipe II, inclusivamente uma derrota em Alcântara, em junho de 1580, fragiliza-o a ponto de ter que procurar refúgio, dada a invencibilidade do rei espanhol. D. António é aclamado nas ilhas ainda no verão de 1580. Mesmo com a proclamação de Filipe II como D. Filipe I de Portugal, os Açores persistem no seu apoio a D. António, encorajados pelo corregedor Ciprião de Figueiredo, bem como pela chegada de auxílio militar estrangeiro, nomeadamente francês e inglês. Esta resistência açoriana, particularmente terceirense, observou-se mais notavelmente na Batalha da Salga, em 1581, na qual as forças insulares sucederam em repelir a invasão espanhola. D. António viaja para os Açores, à frente de uma armada, e aí permanece entre julho e outubro de 1582, primeiro em S. Miguel, onde sofre uma pesada derrota contra a armada do Marquês de Santa Cruz. Depois, na Ilha Terceira, que fica, então, sozinha na sua resistência. Já lá não se encontrava quando acontece o Desembarque na Baía das Mós, em que a Terceira sucumbe, enfim, às forças espanholas.Após a sua derrota definitiva, D. António refugia-se em Inglaterra, acabando por se exilar em França, onde continuou a lutar pela restauração da independência de Portugal até à sua morte em Paris, a 26 de agosto de 1595.
Publicador
dn850423
Data de publicação
25/09/2023 12:20:54