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Manuel Goulart

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Manuel Goulart

Detalhes do registo

Informação não tratada arquivisticamente.

Nível de descrição

Coleção   Coleção

Código de referência

PT/BPARJJG/MG

Tipo de título

Atribuído

Título

Manuel Goulart

Datas de produção

1895  a  1926 

Dimensão e suporte

60 (39 + 21) cartões de fotografia estereoscópica.

Entidade detentora

Biblioteca Pública e Arquivo Regional João José da Graça - Horta.

Produtor

Goulart, Manuel.

História administrativa/biográfica/familiar

Manuel Goulart nasceu na freguesia dos Flamengos, ilha do Faial, no ano de 1866. Foi o primeiro de quatro filhos de Manuel Silveira Goulart Cardoso, carpinteiro, e de Clara Emília Goulart. Partilhou com o seu irmão José o gosto pela fotografia e fez desta arte a sua profissão. Manifestou, desde cedo, curiosidade pela fotografia e, ainda muito jovem, Manuel terá construído a sua primeira máquina. O grande momento chegou em 1889, quando embarcou para New Bedford, onde acabaria por se estabelecer. Aqui, Manuel abriu profissionalmente um estúdio, na Rua South Six, por volta do ano de 1892. Em 1895, regressou, pela primeira vez, aos Açores, trazendo consigo uma máquina estereoscópica, as chapas e todo o restante material necessário para a produção de uma coleção de fotografias. Empreendeu, então, uma viagem pelos arquipélagos e pelo continente, da qual resultou a edição de um catálogo de vistas e costumes dos Açores, Madeira e Portugal. Nas ilhas açorianas, Manuel foi acompanhado pelo seu irmão José, o qual, após esta digressão, rumou também ele aos Estados Unidos, onde permaneceu até 1900. De volta ao Faial, José abriu um estúdio na Rua de São Paulo, tendo-o transferido, um par de anos mais tarde, para a atual Rua Comendador Ernesto Rebelo. Galeria Fotográfica seria o nome pelo qual este estabelecimento passaria a ser conhecido a partir de 1906. Entre os dois irmãos era comum a troca de fotografias e assim se justifica a integração de fotografias do sismo de 1926 no espólio de Manuel Goulart, cujo copyright é de 1897. Faleceram o primeiro em 1946 e o segundo em 1955. Manuel e José são conhecidos como os irmãos Goulart e são figuras de referência na história da fotografia insular (fonte: Mary T. Silvia Vermette, Dois irmãos Goulart, em O Faial e a periferia açoriana nos séculos XV a XX: actas do colóquio realizado nas ilhas do Faial e São Jorge de 12 a 15 de maio de 1997, Núcleo Cultural da Horta, 1998, páginas 191-196).

História custodial e arquivística

Esta coleção resulta da confluência de duas existências. Tem uma origem mais recente na oferta que fez, em 2023, Anne Louise Delander, residente nos Estados Unidos da América, estado de Oregon, de um conjunto de 39 cartões de fotografia estereoscópica que pertencera à sua avó. Possui um substrato mais antigo, cuja origem se desconhece, constituído por 21 cartões, da série R (sismo de 1926), com uma única exceção. Há, por força desta circunstância, 11 unidades que se encontram repetidas nesta coleção. Nota-se que o primeiro conjunto foi devidamente estimado e conservado ao passo que o segundo esteve exposto a um maior desgaste.

Fonte imediata de aquisição ou transferência

Auto de entrega de 2023-05-16 e outra.

Âmbito e conteúdo

Trata-se da coleção, embora incompleta, de fotografia estereoscópica criada por Manuel Goulart com paisagens, gentes e costumes dos Açores, da Madeira e de Portugal Continental, e aumentada com algumas fotografias dos estragos causados, na ilha do Faial, pelo sismo de 1926, da autoria do seu irmão José Goulart. A estereoscopia atingiu o seu auge nos finais do século 19 com a popularização dos estereoscópios, dispositivos que permitem a visualização das imagens em 3 dimensões.- 39 -[Portugal:]36. [Praça Luís de Camões,] Lisboa.[Ilha de São Jorge:]318. Rosais.320. Manadas.321. Igreja da Ribeira Seca.322. Santo Amaro.323. Largo de São Sebastião, Velas.326. Calheta.327. Calheta.329. Largo da Matriz, Velas.332. Biscoitos.339. Burro carregado com barris de água.342. [Ermida].[Ilha do Faial:]361. Matriz da Horta.379. Rua de Dom Pedro IV.383. Estrada do Salão.385. Carros de bois.386. Estrada do Salão.395. Uma fiadeira.405. Império do Caminho do Meio.406. Salto, Ribeira dos Flamengos.408. Igreja de Pedro Miguel.409. Ribeira Funda, Cedros.421. Igreja do Capelo.422. Chafariz da Praia do Norte.423. Igreja da Praia do Norte.428. Igreja dos Cedros.429. Igreja dos Cedros.[Sismo de 1926:]R-1. Rua da Areia.R-2. Praça da República.R-6. Rua do Mar.R-7. Santo António.R-11. Canto do Farrobo.R-12. Farrobo.R-13. Farrobo.R-18. Rua Formosa.R-20. Rua da Igreja, Feteira.R-21. Feteira.R-22. Feteira.R-24. Praia.- 21 -[Pico:]461. Calheta de Nesquim.[Sismo de 1926:]R-1. Rua da Areia, Horta.R-2. Praça da República.R-3. Rua do Mar, Horta.R-4. Largo Infante D. Henrique.R-5. Conceição.R-6. Rua do Mar.R-7. Santo António.R-9. Volta.R-10. Volta.R-11. Canto do Farrobo.R-12. Farrobo.R-15. Rua da Ponte, Flamengos.R-16. Casa de D. Luísa CrisóstomoR-17. Praça, Flamengos.R-18. Rua Formosa.R-19. Feiteira.R-20. Rua da Igreja, Feteira.R-21. Feiteira.R-22. Feiteira.R-24. Praia.Acerca deste sismo de 1926 pode dizer-se o seguinte:Ao longo do século XX, a ilha do Faial foi atingida por grandes sismos, evidenciando a sua elevada vulnerabilidade sísmica. A partir de abril de 1926 a ilha foi sacudida por uma série de sismos de intensidade variável, um dos quais, a 5 daquele mês, provocou danos em edifícios nas freguesias dos Flamengos, Ribeirinha e Conceição, particularmente nos lugares do Farrobo, da Lomba e dos Espalhafatos.A 31 de agosto daquele ano, pelas 8h40 (hora local), a ilha foi sacudida por um violento sismo com epicentro no canal Faial - Pico, nas coordenadas geográficas 38,5º N 28,6º W, a uma profundidade epicentral de 1,6 - 4,8 km e com uma intensidade estimada de Mb= 5,3 - 5,9. O sismo atingiu o grau X da Escala de Mercalli na zona norte da cidade da Horta (freguesia da Conceição) e provocou 9 vítimas mortais, mais de 200 feridos e destruição generalizada do património edificado na cidade da Horta.A maior devastação ocorreu nas freguesias urbanas da Matriz e da Conceição e nas freguesias rurais de Praia do Almoxarife (onde de 220 casas apenas 16 ficaram habitáveis), Flamengos, Feteira e Castelo Branco, e na zona compreendida entre a Lomba do Pilar e o Salão. Ao todo sofreram ruína, total ou parcial, 4.138 casas. O Estado português interveio com a reconstrução de prédios arruinados, alguns dos quais edifícios públicos, assim como na compra e construção de barracas de madeira para abrigo dos sinistrados.Para ler mais...AGOSTINHO, José. (1927). “O terramoto de 31 de Agosto nas ilhas dos Açores”. In Labor. Aveiro, José Tavares. pp. 229-235.GARCIA. José Manuel Medina (2016). 1926 Histórias de um Terramoto. Horta, O Telégrapho.LIMA, G. (1934). Breviário Açoriano. Angra do Heroísmo, Tip. Editora Andrade.LIMA, Marcelino (2005). Anais do Município da Horta: ilha do Faial (ed. fac-simil. da de 1940). Horta, Câmara Municipal da Horta.NUNES, João C. (2004). “SÍSMICA 2004/6th National Congress on Sismology and Seismic Engineering”. In Catálogo Sísmico dos Açores. Braga, Universidade do Minho.NUNES, João Carlos (2008). “Sismos nos Açores”. In Actas do colóquio comemorativo dos 200 anos do nascimento de José Silvestre Ribeiro. Angra do Heroísmo, Instituto Açoriano de Cultura. pp. 35-47.RODRIGUES, Ruben (2013). Fayal - século XX - Crises sísmicas - 1926 (vol. I). Horta, Gráfica "O Telégrapho". SALGUEIRO, Mário (1926). “Faial ilha mártir”. In Ilustração. Lisboa, Aillaud. pp. 22-23.

Sistema de organização

Numeração.

Idioma e escrita

Português.

Características físicas e requisitos técnicos

A estereoscopia é a técnica fotográfica pela qual se obtém uma sensação de relevo dada pela fusão numa única imagem de duas fotografias do mesmo objeto tiradas de pontos diferentes. Requer a utilização de um estereoscópio. Trata-se do aparelho usado para a visualização das estereoscopias.

Notas

Localização: armário 2 do depósito do piso C3.

Publicador

l.sousa

Data de publicação

15/07/2025 11:50:11