Tomás Borba

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Tomás Borba

Detalhes do registo

Nível de descrição

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Código de referência

PT/BPARLSR/PSS/TB

Tipo de título

Atribuído

Título

Tomás Borba

Datas de produção

1880  a  1988 

Dimensão e suporte

4304 docs.

Entidade detentora

Biblioteca Pública e Arquivo Regional Luís da Silva Ribeiro

Produtor

BORBA, Tomás Vaz de. N. 1867, m. 1950, sacerdote, pedagogo e compositor.

História administrativa/biográfica/familiar

Nasceu a 23 de Novembro de 1867, na freguesia da Conceição de Angra do Heroísmo. Filho de António Vaz de Borba e de sua segunda mulher, Maria Lúcia da Conceição. O início da sua aprendizagem musical realizou-se na escola de canto da Sé Catedral de Angra, enquanto realizava os seus estudos literários, filosóficos e teológicos no Seminário de Angra do Heroísmo. Ordenado Presbítero em 1890, segue para Lisboa em 1891 a fim de cursar o Conservatório, dado que em Angra nao tinha possibilidade de desenvolver as capacidades musicais que continuavam a manifestar-se de forma desusada. De 1891 a 1895 frequenta o Conservatório, onde, entre outros, teve como professor o compositor jorgense Francisco Lacerda, termina de forma brilhante os Cursos de Composição e Piano. Paralelamente, entre 1893 e 1896, frequentou e concluiu o Curso Superior de Letras, onde teve como professor, o também açoriano, Teófilo Braga que lhe dedica grande estima e o estimula nos estudos literários, dadas as suas notaveis aptidões. Em 1901 iniciou a sua carreira docente, leccionando Harmonia no Conservatório Nacional, sendo também o introdutor, no mesmo estabelecimento de ensino, da cadeira de História da Música, que regeu durante alguns anos. Como professor de Solfejo e Canto Coral da Escola Normal Primária, realizou alta e revolucionária obra pedagógica, introduzindo os métodos de solfejo entoado e ginástica rítmica, facto que provocou reacções contrárias: os partidários da rotina em matéria de ensino artístico, defendendo o anacrónico e anti musical solfejo rezado (no dizer de Lopes-Graça), atacaram, de forma violenta, a adopção do solfejo entoado. Diz tambem Lopes-Graga que "Tomás Borba lutou corajosa e inteligentemente para impor os seus pontos de vista" e, com o apoio de Adolfo Lima, director interino e professor de Metodologia da Escola Normal Primária, acabou por ganhar a partida. Na prática, esta inovação, levou a publicação de livros de solfejo de Borba que iniciaram sucessivas gerações no estudo racional e musical da arte dos sons. Foi também Tomás Borba quem introduziu a disciplina de canto coral nas escolas. Todavia os altos alcances educativos desta iniciativa nao se atingiram devido a falta de discernimento na sua aplicação. Ainda aqui o Padre Borba acompanhou o seu impulso pedagógico com obras que permitissem uma realização prática: O Canto Coral nas Escolas (quatro volumes), Escola Musical (três volumes), Toadas da Nossa Terra, com a colaboração do escritor Adolfo Portela, e Canto infantil, de parceria com o poeta Afonso Lopes Vieira. Desempenhou tambem funções docentes do Liceu D. Maria Pia, foi director artístico do orfeão do Liceu da Lapa e vogal do Conselho Superior de Instrução Pública, criado pela República, no qual, pela primeira vez, teve assento um representante do ensino da música. Como sacerdote exerceu os ministérios de Prior da Igreja dos Mártires em Lisboa e Comissário da Ordem de Nossa Senhora do Carmo. Por sua iniciativa, foi adquirido para a Capela da Ordem do Carmo o primeiro orgão pneumático de fabrico moderno. Na Igreja dos Mártires, desenvolveu intensa actividade como compositor, levantando-se assim o nível de música sacra ali executada. Como professor e director artístico da Academia dos Amadores de Musica, e graças ao seu prestlgio, levantou esta instituigao da inercia a que, depois de um passado brilhante, se viu lançada, por volta de 1920. Entre os seus discípulos destacam-se: Francine Benoït, António de Lima Fragoso, Luís de Freitas Branco, Pedro de Freitas Branco, Rui Coelho, Eduardo Libório, Artur Fonseca (primeiro director e professor do Conservatorio Regional de Angra do Herolsmo), Ivo Cruz e Fernando Lopes-Graça. Como compositor, por volta de 1895, começou a utilizar os princípios do cromatismo e do modalismo, que então constituíam novidade entre nós. Depois enveredou pelo caminho de uma arte mais singela de expressão nacional, na qual nao faltam páginas de grande interesse, no dizer dos seus discípulos. A sua actividade como compositor abrange os dois campos da música religiosa e profana. No âmbito da música sacra compôs várias missas (algumas com orquestra), vários Te Deum (dos quais se destaca o Te Deum composto por ocasião do quarto aniversário da descoberta do caminho marítimo para a Índia, para 4 solistas, 2 coros, quatro harpas e grande orquestra), motetes, vários Tantum ergo, etc. no âmbito da música profana compôs 1 sonata para violino e piano, 1 quarteto de cordas, 1 Suite Portuguesa para violino e piano, 1 Rapsódia Cabo-verdiana para orquestra, imensas canções eruditas de câmara sobre poesia portuguesa, uma colectânea de cantares para poemas da lírica galaico-portuguesa, peças corais, etc. Além de estudos, conferências e artigos diversos, publicou, em 1937 um Manual de Harmonia, que é a primeira obra, em português, a considerar os fenómenos da harmonia moderna, uma antologia de textos portugueses e outra de franceses, em 1924, para uso das aulas destas línguas no Conservatório. Conjuntamente com Lopes-Graça é autor de um Dicionário de Música, publicado em 1956 pela Edições Cosmos, em Lisboa.

História custodial e arquivística

Toda a documentação que constitui o fundo foi oferecida à Biblioteca Pública Arquivo Regional de Angra do Heroísmo, por diversas pessoas e entidades, em diferentes datas. A primeira doação deu-se em 1991, seguindo-se outras em 2006, 2007 e 2014.

Fonte imediata de aquisição ou transferência

Documentação doada pelo Professor Doutor José Henrique Ferreira Marques, em 1991, 2006, 2007 e 2014. As fotocópias dos documentos do percurso de aluno do Seminário foram cedidas pelo P.e Dr. Ricardo Henriques, em 2007, algumas fotografias e partituras foram digitalizadas e fotocopiadas das colecções da Senhora Professora Doutora D. Maria Lúcia Garcia Marques, Senhora D. Judite Rodrigues, Senhor Luís Brum, Senhor Henrique Braz, Dr. Fernando Carvalho, Prof. António Duarte, Prof. José Paulo Sodré, Prof. Jorge Lé, P.e José Carlos Simplício, Santuário do Bom Jesus do Pico, Sé Patriarcal de Lisboa e Sé Catedral de Angra.

Âmbito e conteúdo

Inclui documentos pessoais, de função pública, de função privada, conferências, estudos, letras de canções, discos, partituras, homenagens, recortes de imprensa, fotografias, programas de concertos, zincogravuras, desenhos e outros documentos.

Sistema de organização

O fundo foi distribuído por quatro séries, dezoito subséries, onze subsubséries e sete colecções.

Idioma e escrita

Português, Latim e francês.

Instrumentos de pesquisa

Archeevo

Data de publicação

18/08/2015 14:58:52