Ernesto Rodolfo Hintze Ribeiro
Nível de descrição
Subsubsérie
Código de referência
PT/BPARPD/PSS/RR/001-001-001
Tipo de título
Atribuído
Título
Ernesto Rodolfo Hintze Ribeiro
Datas de produção
1906-03
a
1906-04-04
Dimensão e suporte
2 doc.
Produtor
Ernesto Rodolfo Hintze Ribeiro [Ponta Delgada, 7.11.1849 - Lisboa, 1.8.1907]
História administrativa/biográfica/familiar
(...)Estudou no liceu de Ponta Delgada, mas completou os estudos secundários em Coimbra onde se matriculou depois na Universidade e foi aluno brilhante. Licenciou-se em Direito e doutorou-se em 1872. Regressou a Ponta Delgada onde abriu banca de advogado, mas pouco tempo aí permaneceu, tendo casado (1873) com D. Joana Rebelo de Chaves. Fixou então residência na capital (1877).Ingressou no Partido Regenerador chefiado por Fontes Pereira de Melo e que estava no auge da sua pujança. (...)Entrado no parlamento, Hintze Ribeiro distinguiu-se e iniciou uma brilhante carreira na política nacional. Foi sucessivamente eleito para as legislaturas de 1879, 1881, 1882, sempre pelo círculo da Ribeira Grande e em 1884, pelo Porto, com grande mágoa e escândalo em S. Miguel. Por carta régia de 1 de Janeiro de 1886 ascendeu a Par do Reino e passou a desenvolver atividade parlamentar na câmara alta, até à morte.Foi um tribuno muito ativo, com grande influência, mas na verdade sem chama de orador. Os seus discursos, principalmente os da Câmara dos Pares tornaram-no paradigma da oratória parlamentar do fim do século e de entre eles ficaram célebres aquele que justificou a ação no último governo, em 1906 e um outro de crítica ao primeiro-ministro João Franco, uma espécie de ajuste de contas com o seu antigo correligionário.Nos anos que chefiou o Partido Regenerador formou quatro governos que dirigiu como presidente do Conselho de Ministros (22 de Fevereiro de 1893 a 7 de Fevereiro de 1897; 25 de Junho de 1900 a 28 de Fevereiro de 1903; 28 de Fevereiro de 1903 a 20 de Outubro de 1904 e 20 de Março a 19 de Maio de 1906) acumulando a pasta da Fazenda no primeiros; dos Negócios Estrangeiros, em 1893 e do Reino em 1900-1904 e no último dos seus governos. A ligação de Hintze Ribeiro aos Açores, principalmente a S. Miguel, é complexa. Deu-se, para além da sua condição de deputado regional, num período de grande agitação, contestação e reivindicações devidas ao abandono das ilhas pela «Pátria Madrasta». Hintze Ribeiro tentou com habilidade contornar as dificuldades e evitar os confrontos. Promoveu sem dúvida, durante os seus governos, a satisfação de algumas das reivindicações de investimentos estruturantes, como o cabo submarino, o telégrafo, o serviço meteorológico, a ampliação da doca de Ponta Delgada ou a conservação do Tribunal da Relação, mas foi em duas questões mais prementes que tomou medidas de apaziguamento. A primeira, a sua intervenção na questão da produção de álcool sob regime de protecção e que os vinhateiros nacionais contestavam por poderem adquiri-lo com maiores vantagens no estrangeiro. Conseguiu, sem dúvida, segurar a produção insular, sempre muito pressionado politicamente pelas chefias partidárias locais e conseguiu convencer os produtores, por fim, a substituir a produção de álcool a partir de batata doce por açúcar de beterraba, com incentivos governamentais e protecionismo.Em termos políticos demonstrou grande habilidade, explorando as costumadas divisões internas das ilhas e agudizando as partidárias em S. Miguel, para negociar um regime de excepção ao Código Administrativo para os distritos açorianos que o pedissem, que ficou conhecido pela *Autonomia das Juntas Gerais Distritais. Era a resposta às reivindicações do primeiro movimento autonomista e o que se consubstanciou no decreto de 2 de Março de 1895 negociado pelo governo de Hintze, com João Franco na pasta do Reino e os chefes autonomistas de S. Miguel. O decreto conhecido por *decreto autonómico, era uma autonomia diminuta, mas a possível, na opinião dos líderes e teve longa vida, sendo modificada noutro governo de Hintze e estendida ao Funchal (1901).Chefiou o Partido Regenerador micaelense diretamente entre 1900 e 1907. (...) . J. G. Reis LeiteDisponível em: http://www.culturacores.azores.gov.pt/ea/pesquisa/Default.aspx?id=9739
Âmbito e conteúdo
Lisboa, uma com o timbre da Presidência do Conselho de Ministros, dirigidas a um correligionário [Luís Bettencourt de Medeiros e Câmara ? ou Francisco de Melo Manuel Leite Arruda ?], refere o partido Regenerador e as próximas eleições
Cota atual
20.89 - 20.90Dep. 7, 187/2
Cota antiga
29
Publicador
p.medeiros
Data de publicação
03/10/2025 16:44:15