Joaquim Bensaúde
Nível de descrição
Subsérie
Código de referência
PT/BPARPD/PSS/MMVA/001-023
Tipo de título
Atribuído
Título
Joaquim Bensaúde
Datas de produção
1931-02-22
a
1945-12-10
Dimensão e suporte
26 doc.
História administrativa/biográfica/familiar
Joaquim Bensaúde [n. Ponta Delgada, 27.3.1859 - f. Lisboa, 7.1.1952]Engenheiro e historiador, com apenas 15 anos de idade, foi enviado por seu pai para a Alemanha, onde veio a realizar os seus estudos preparatórios e superiores na Escola Técnica Superior de Clausthal, em Hanôver, pela qual viria a diplomar-se em engenharia civil. Como ele próprio esclarece numa das suas cartas a Joaquim de Carvalho, viveu na Alemanha entre 1874 e 1884 e aí voltaria depois para proceder às suas investigações históricas. As suas obrigações comerciais e principalmente as suas paixões históricas levaram-no a estanciar em várias cidades de outros países europeus, nomeadamente a Suíça, a França, a Inglaterra e a Espanha, onde teve a oportunidade de se relacionar com muitas das mais insignes personalidades intelectuais do seu tempo. No domínio das artes, cultivou o canto, o violoncelo, a pintura e a cerâmica. Foi membro da Academia das Ciências de Lisboa, admitido em 29.4.1915, e da Academia Portuguesa de História, desde 22.12.1937.Aos 37 anos de idade, perante aquilo a que chamou as espoliações alemãs das glórias nacionais, decidiu tornar-se historiador. Revoltado contra a tese de Humboldt e dos seus seguidores, segundo a qual a náutica dos descobrimentos marítimos teve a sua origem na Alemanha, viria a demonstrar no seu primeiro livro L'astronomie nautique au Portugal à l'époque des grandes découvertes que as tábuas náuticas portuguesas foram colhidas no Almanach perpetuum de Abraão Zacuto e não nas Ephemerides de Regiomontano. Verifica, em primeiro lugar, que não se encontra nas Ephemerides qualquer tábua de declinação solar. Constata depois que Regiomontano incluiu essas tábuas nas Tabulae directionem e aí é adoptada uma obliquidade da eclíptica (declinação máxima do Sol) de 23° 33', ao passo que os primeiros regimentos portugueses incluíam tábuas náuticas com uma obliquidade de 23° 30'. Ficava assim refutada a tese de Humboldt e liquidada a pretensa influência de Martinho da Boémia nas origens da náutica portuguesa.A sua primeira obra, bem como as que se lhe seguiram, tiveram grande retumbância na Europa e mereceram o maior aplauso de eminentes historiadores nacionais e estrangeiros. No entanto, não ficou isento de críticas. Por um lado, o historiador catalão Gonçalo de Reparaz Júnior acusou-o de confundir o cartógrafo do infante D. Henrique, Jaime de Maiorca (Jafuda Cresques), com seu pai Abraão Cresques, autor do célebre Atlas de 1375. Por outro lado, a sua tese das origens do plano henriquino de alcançar a Índia por mar viria a colher duras críticas de Duarte Leite e de Vitorino Magalhães Godinho. Homem que lutou por causas e por convicções, é inegável o seu valioso contributo no domínio da história dos descobrimentos portugueses. José Azevedo e Silvahttp://www.culturacores.azores.gov.pt/ea/pesquisa/Default.aspx?id=34 (disponível em 23 jan. 2019)
Âmbito e conteúdo
Vila Franca do Campo; Nice; Paris; Lisboa; Estoril, exerce grande influência e apoia o 1º trabalho de envergadura de MMVA, partilham interesses, projetos, dificuldades, indicações bibliográficas, defendem a originalidade e importância das viagens henriquinas ao arquipélago dos Açores ("dar à história dos Açores o lugar eminente e único que lhe cabe na história das navegações (...)" e a navegação pré-colombiana para o continente americano (João vaz Corte Real e os navegadores terceirenses). Inclui rascunhos de MMVA (50.122, 124, 125, 127, 129, 133, 135, 140, 147).
Cota atual
50.122-147
Notas de publicação
Referência bibliográficaRODRIGUES, João Bernardo de Oliveira - Correspondência entre Joaquim Bensaúde e Manuel Monteiro Velho Arruda. Insulana: Instituto Cultural, vol. XV (1º e 2º semestre 1959), p. 149-171; 262 - 296
Data de publicação
13/02/2019 14:59:15